O inspetor tributário Paulo Silva disse hoje que dois agentes da PSP envolvidos nas buscas concretizadas em Braga no âmbito do processo de investigação que envolve o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, sofreram um acidente de carro, em Vila Verde, na noite de quarta-feira, após as diligências.
Já no fim das buscas, “alegadamente uma viatura estava a circular sem luzes, a alta velocidade, e barrou um dos nossos carros. Essa situação é que me preocupa. E espero que os agentes que estejam bem”, revelou aos jornalistas.
Fonte do Comando Distrital da PSP confirmou a O MINHO que os dois operacionais sofreram ferimentos ligeiros e foram transportados ao hospital só para observação. Entretanto, tiveram alta.
Entretanto, em comunicado, a PSP explica que, às 22:30 de quarta-feira, dois agentes da PSP que se deslocavam de Braga para o Porto numa viatura policial foram intervenientes num acidente rodoviário.
Segundo a PSP, a viatura policial foi embatida por uma outra que circulava sem luzes, na estrada nacional 205, na zona de Vila Verde, que “foi de imediato intercetada e o acidente registado”, tendo-se constatado que circulava também sem seguro de responsabilidade civil válido.
“Nas diligências de ontem [quarta-feira] da operação ´Cartão Vermelho´ foram realizadas 44 buscas concretizadas pelos elementos das Autoridade Tributária, Direção de Finanças de Braga, Porto, Aveiro e Lisboa, e da Unidade dos Grandes Contribuintes”, explicou Paulo Silva aos jornalistas.
Recorde-se que na operação foi também detido o empresário de Braga Bruno Macedo, filho do bracarense Vespasiano Macedo – ex-advogado de António Salvador.
O responsável da investigação disse também que todas as diligências do caso que envolvem o presidente do Benfica foram concretizadas, mostrando-se satisfeito com o trabalho realizado, mas preocupado com elementos da investigação que sofreram um acidente rodoviário.
“O que estava planeado foi tudo concretizado, muitas das operações já foram realizadas depois da hora”, disse Paulo Silva, sobre a operação “Cartão Vermelho”, que envolve o presidente do Benfica, detido na quarta-feira numa investigação sobre suspeitas de burla, fraude fiscal, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais.
À entrada do tribunal criminal de Lisboa, onde o banqueiro Ricardo Salgado está a ser julgado, Paulo Silva, que foi coordenador dessa investigação, explicou que as buscas previstas na operação Cartão Vermelho “estão todas realizadas”, admitindo sentir-se “bastante satisfeito” com o trabalho realizado.
Segundo Paulo Silva, “o que estava planeado foi tudo concretizado”, sendo que muitas das operações aconteceram já “depois da hora”: “O nosso trabalho foi feito ontem [quarta-feira], já muito dele depois da hora, algumas acabaram depois das duas da manhã. Ainda estamos a preparar as coisas para entregar ao Ministério Público”.
Ainda antes de entrar para a sessão de julgamento de Ricardo Salgado, o inspetor admitiu aos jornalistas que possa ser o juiz Carlos Alexandre a realizar o interrogatório judicial aos quatro arguidos detidos.
O empresário e presidente do Benfica Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos na quarta-feira numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades.
Para esta investigação foram cumpridos 44 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.
Sem os identificar, o DCIAP informou que foram detidos um dirigente desportivo, dois empresários e um agente do futebol.
Notícia atualizada às 13h28 com comunicado da PSP.