Tentou extorquir 100 mil euros a um casal de Barcelos, com o argumento de que lhe tinha “desgraçado a vida”, perdendo o emprego. Foi apanhado em flagrante pela GNR a exigir a “massa”. “Apanhou”, no Tribunal de Braga, dois anos e dois meses de prisão, suspensos por igual período. Por dois crimes de extorsão agravada na forma tentada.
Nuno de Sousa, de 47 anos, de Paranhos, no Porto, esperou, em maio de 2016, a mulher da vítima, de nome Lúcia, à porta da Escola EB1 de Barcelinhos: “Trabalhava com o seu marido e ele e outro desgraçaram-me a vida. Fiquei sem família e agora vou-vos fazer o mesmo, vou desgraçar a vossa”, disse-lhe.
E ameaçou: “Sei que ontem foste à praia, onde compras o pão e a que horas! Ou me dão 100 mil euros ou destruo a vossa família! Dia 11 venho buscar o dinheiro”.
Espantada, a mulher respondeu que não tinha tal quantia e até se encontrava “doente”. Ao que ele respondeu: “Desenrasca-te ou morro contigo e não adianta fazeres queixa na polícia. Não tenho medo de ir preso ou de morrer”!.
Dias depois, contactou telefonicamente o marido, de nome Renato, ameaçou-o de que no dia 13 iria “buscar o dinheiro” e indicou o restaurante McDonald’s da zona, para se encontrarem. Com a mesma ameaça, a de que lhe ia “estragar a vida”.
No dia aprazado, dirigiu-se ao local e foi ter com o Renato. Mas, ato contínuo, uma brigada do NIC (Núcleo de Investigação Criminal) da GNR local agarrou-o e deteve-o. Tinha, também, uma “soqueira” – um artefacto em ferro que se mete entre os dedos da mão para dar socos – no carro.
Agora, perante o coletivo de juízes, confessou os crimes e mostrou “arrependimento sincero”. Comprovou que já tinha emprego, depois da saída da refinaria da Galp, em Matosinhos, onde estivera 17 anos. Viveu um período emocionalmente “conturbado”, agora já ultrapassado. Está familiar e socialmente integrado.
Versão que o Tribunal aceitou, suspendendo-lhe a pena.
