Doente com enfarte espera 36 horas nas urgências em Viana até ser operado em Braga

Ministério Público abriu inquérito
Foto: Joca Fotógrafos / O MINHO

Um homem de 48 anos sentiu-se mal após uma sessão de ginásio e foi ao Hospital de Viana, mas o diagnóstico de enfarte só chegou 36 horas depois. Até então, esteve a ser tratado com analgésicos nas urgências do Alto Minho já que os profissionais de saúde acreditavam ser apenas dores musculares devido ao esforço físico.

De acordo com a CNN Portugal, que noticia o caso, acabou por ser transferido de emergência para o Hospital de Braga e foi operado a sangue frio visto que já não havia tempo a perder.

Em 18 de outubro de 2023, o primeiro diagnóstico que teve quando foi atendido na triagem do Hospital de Santa Luzia foi de dores musculares, depois de ter informado que tinha dores no peito, no braço, no pescoço, maxilar e ainda refluxo, transpiração súbita e anormal. Indicou ainda que os sintomas pareciam de enfarte, já que o seu pai também sofreu com o mesmo problema.

Foi-lhe dada pulseira amarela. Uma hora e meia depois, uma médica confirmou a diagnóstico de dores musculares, deu-lhe analgésicos e disse para esperar. Fez análises ao sangue, sendo que duas colheitas extraviaram-se no próprio hospital.

Só na noite de 19 para 20 de outubro é que lhe comunicaram, pela primeira vez, uma suspeita de enfarte.

Já de manhã, cerca das 10:00, uma cardiologista em Viana diagnosticou-lhe o enfarte. Apesar da urgência, acabou por ser transportado para o Hospital de Braga – para ser operado – apenas três horas depois, visto que não estavam disponíveis profissionais de saúde para acompanhar a viagem na ambulância.

Já em Braga, os cardiologistas disseram que era uma “sorte” estar vivo. Os médicos realizaram um cateterismo a sangue frio porque não havia tempo para qualquer anestesia, tendo em conta a urgência da situação.

Ricardo Gonçalves, que é engenheiro técnico do ambiente, refere que ficou com sequelas para a vida toda e vai pedir pensão por invalidez.

O doente apresentou uma queixa-crime e o Ministério Público de Viana do Castelo instaurou um inquérito.

Contactado pela CNN Portugal, que denunciou o caso, o conselho de administração do Unidade Local de Saúde do Alto Minho recusa fazer qualquer comentário ao caso por direito à “privacidade” do paciente.

 
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