A Doçaria São Vicente foi fundada em 1829, situada no centro histórico de Braga, em frente ao liceu Sá de Miranda. A casa esteve fechada meio ano, até Mara e Miguel reabrirem uma das pastelarias e doçarias mais famosas da cidade.
O casal de proprietários comprou o edifício, apesar da falta de conhecimento do negócio de confeção de doces únicos e tradicionais, devido à sua dimensão histórica. “O objetivo era o de investir na compra de património no centro histórico, para o revender”, relembra Mara a O MINHO.
Mas, após algum tempo a ponderarem modelos de negócio, o número de clientes que os abordava aquando da remodelação do espaço, obrigou-os a decidir por manter a tradição.
“Havia antigos clientes que passavam à porta e nos perguntavam quando podiam voltar a comprar os bolos ou a beber café. Apercebemo-nos da dimensão da pastelaria e optámos por manter o negócio”, explica.
O casal de Barcelos, que tem uma serralharia de inox, está satisfeito com a reabertura do negócio e, segundo a proprietária, “não podia ter corrido melhor”.
Bolo-rei único
O bolo-rei especial, característico da época natalícia e da páscoa, é feito com chila, pera e abóbora cristalizadas. A receita do bolo perde-se na história da pastelaria, que conta com dois séculos de existência. Este bolo-rei é feito à mão, de forma caseira, incluindo o processo de cristalização das frutas.
Gerações de bracarenses procuram-no, devido à sua autenticidade. Além da região do Minho, Mara e Miguel, o casal de donos, com 30 anos e uma filha, vendem para todo o país, devido à fama do bolo-rei. O pasteleiro, fiel à receita, é o mesmo há 50 anos.
A pandemia forçou os proprietários a colocarem vidros entre mesas de forma a proteger os clientes.
A pastelaria está novamente viva, renovada, de boa saúde e continua a servir os fidalguinhos, as viuvinhas, os casadinhos, os massapães, os súplicos, os moletinhos, as tíbias ou as frigideiras.