Entre o nascer do sol do dia 26 de julho e a madrugada do dia 27 de julho, o festival Extremo propõe uma jornada de 20 horas de exploração do som na fronteira entre Braga e Guimarães, no monte da Falperra. Concertos, instalações site specific, performances, oficinas e visitas guiadas compõem o programa, que integra a Braga 25 Capital Portuguesa da Cultura.
Na apresentação do evento, Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, salientou que este é um projeto que “remete para a fronteira dos dois concelhos”. “Quem aqui circula raramente sabe se está em Braga ou em Guimarães, o que mostra que, de um lado ou do outro, se sente sempre em casa. Este dia contará com uma programação muito interessante e com potencial para atrair um público bastante diverso”, afirmou, citado em comunicado da autarquia.
De acordo com o autarca, a cultura é uma das áreas em que a colaboração entre Braga e Guimarães mais se tem aprofundado.
“Temos bebido muito da inspiração de Guimarães, nomeadamente do excelente exemplo que foi a Capital Europeia da Cultura, e da sua capacidade de envolver a comunidade. Temos procurado recriar essa dinâmica, desafiando também de forma inovadora a participarem nos nossos próprios projetos culturais”, sublinhou.
O Extremo é uma jornada guiada pelo sol, em jeito de peregrinação entre os Sacromontes no limite entre Guimarães e Braga. Inicia-se às 06:00 do dia 26 de julho com uma performance-manifesto construída por Cody XV, músico sediado em Braga, com cenografia de Diogo Mendes e curadoria do coletivo Bracarense Estudo do Meio.

Segue-se às 07:00 o concerto Dies Irae, de Maria W Horn, na capela de Santa Marta das Cortiças, apresentado em formato inédito, com quatro cantoras portuguesas: Mariana Caldeira Pinto, Maria João Vieira Leite, Mariana Vital e Maria Bustorff.
O momento de abertura do festival é reservado a 50 pessoas – inscrições já esgotadas – que serão depois convidadas para uma caminhada (a partir das 08:00) pelo monte da Falperra, ao longo da qual se depararão com as performances site specific do coletivo portuense Berru, às 08:30, e da artista sonora e investigadora Cláudia Martinho, pelas 9h30.
No final da caminhada, junto da capela de Santa Marta do Leão, o público pode assistir aos concertos de Alexandre Centeio (11:30), multi-instrumentista e artista sonoro, e Gordan (12:30), trio que propõe uma fusão entre as vozes tradicionais dos Balcãs (da histórica Svetlana Spajic) com feedback e sons gerados eletronicamente, a cargo de Guido Möbius e Andi Stecher.
A manhã termina com a ativação de Sistema Sonoar, projeto multidisciplinar do coletivo Sonoscopia (patente entre as 13:00 e as 21:00), que tem como epicentro um órgão de tubos automático instalado na capela de Santo António.
A peça da Sonoscopia será o palco de uma das três oficinas – também já esgotadas – do Extremo, onde se incluem uma oficina de pão artesanal, pela padaria Mãe na Massa, e uma oficina de pigmentos naturais pelo coletivo Cave, além de uma visita guiada ao complexo da Falperra pelo historiador de arte Eduardo Pires de Oliveira.
O programa do Extremo inclui ainda um Concerto Para Olhos Vendados, por Luís Antero (18:30), experiência sensorial única que terá como palco a icónica capela de Santa Maria Madalena da Falperra, tendo por base uma residência artística com enfoque no património deste território.
Quem também esteve em residência no território foi a compositora Clothilde (19:30), que apresenta em Braga o seu novo dispositivo ao vivo, num concerto que acontece igualmente na capela de Santa Maria Madalena, antecipando o pôr-do-sol.
À noite, sobem ao palco, junto da capela de Santa Marta do Leão, Ghosted (22:00), uma das mais transcendentes colaborações da música dos nossos dias, com três figuras incontornáveis da música exploratória: Oren Ambarchi, Johan Berthling e Andreas Werliin; e William Basinski (23:15), mítico músico norte-americano, um dos mais aclamados nomes da música eletrónica ambiental do nosso século.
O Extremo encerra com um Live Act, às 00:40, a cargo de M3STR, produtor e DJ emergente do Porto, com curadoria da comunidade artística independente de música eletrónica, Dark Sessions, nascida em Braga.
A organização conta com a parceria da Irmandade da Falperra, Paróquia de S. Tiago de Esporões e as juntas de freguesias de Longos (Guimarães), Esporões (Braga) e União de Freguesias de Nogueira, Fraião e Lamaçães. O festival tem produção e curadoria da Capivara Azul – Associação Cultural.