A diretora de serviços do Centro Social de Paderne, em Melgaço, que no domingo de Páscoa deu a beijar uma cruz improvisada aos utentes da instituição, foi identificada pela GNR, que reportou os factos ao Ministério Público.
A informação foi avançado pela Rádio Vale do Minho e, entretanto, confirmada por O MINHO junto de fonte do Destacamento Territorial da GNR de Viana do Castelo.
Lurdes Gonçalves pode incorrer em crimes de desobediência ou de propagação de doença contagiosa, cujo quadro penal pode ir até dois e oito anos de prisão, respetivamente.
O crime de desobediência prevê uma pena até dois anos de prisão, no caso de desobediência qualificada, mas que pode ser agravada em um terço, dada a situação de estado de emergência.
Relativamente ao crime de propagação de doença, o Código Penal prevê, no artigo 283.º, que quem propagar uma doença contagiosa e “criar deste modo perigo para a vida ou perigo grave para a integridade física de outrem” pode ser punido com pena de prisão de um a oito anos.
O Centro Social de Paderne, em Melgaço, decidiu improvisar, no domingo de Páscoa, uma visita pascal aos 15 utentes que estão em regime permanente no lar da instituição e ainda a quatro utentes de apoio ao domicílio.
A iniciativa foi gravada em vídeo e partilhada nas redes sociais da instituição, sendo posteriormente apagado, quando a polémica se instalou.
Em declarações a O MINHO, a diretora de serviços do Centro Social de Paderne afirmou ter promovido o beija-cruz como um gesto de “carinho” para com os idosos: “Muitos deles não têm ninguém, a família não os pode visitar e andaram a semana toda a queixar-se de que não iam ter Páscoa este ano”.