O diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, determinou esta terça-feira uma conferência de imprensa, amanhã, pela PJ de Braga, a fim de esclarecer o caso sobre o violador em série de Guimarães.
A conferência estará a cargo do diretor da Polícia Judiciária de Braga, António Gomes, que além da direção daquele departamento, coordena a Secção dos Crimes Contra as Pessoas, em que se inclui também a criminalidade sexual.
A decisão do diretor nacional da Polícia Judiciária ficou a dever-se a um elevadíssimo número de pedidos de esclarecimentos de jornalistas durante esta terça-feira, em que ainda decorrem diligências da PJ de Braga.
A detenção do único suspeito de violações em Guimarães, situação conhecida ao final da tarde desta terça-feira, provocou alívio no concelho, num momento em que também se aproxima a reabertura do ano escolar.
Nas últimas semanas, a atuação do violador em série de Guimarães causou grande alarme social na cidade e no concelho, levando a que a Polícia Judiciária se tivesse empenhado ao máximo e em contrarrelógio nesta investigação.
A grande incógnita, neste momento, é o número de violações que terão sido cometidas, nos últimos tempos, pelo suspeito, de 33 anos, detido na noite de segunda-feira, em Guimarães.
Há cerca de uma dezena de casos semelhantes, cometidos ultimamente em Guimarães, oito das quais com modos de atuação muito semelhantes, além das “cifras negras”, aqueles casos que não são comunicados às autoridades.
É que a violação, tratando-se de delito enquadrado como crime semipúblico, depende de queixa da vítima, pois é dada a oportunidade legal das violadas não se queixarem, por resguardo, segundo a lei jurídico-penal portuguesa.
Sabe-se que a jovem foi vítima de abusos sexuais, depois de ter sido ameaçada com uma arma branca e amarrada, submetida a vários atos sexuais de relevo, após o que o violador a abandonou, colocando-se de imediato em fuga.
Além do caso cometido na Rua José Sampaio, no centro da cidade de Guimarães, durante a noite de 22 de agosto, há outro caso, recente, na tarde de 13 de maio, vitimando uma jovem de 22 anos, junto ao Castelo de Guimarães.
A vítima, que estava com o namorado, que vendo o criminoso com uma faca, fugiu, deixando a vítima nas mãos do algoz, pelo que sofreu ferimentos, nomeadamente escoriações na face, no pescoço e nos membros superiores.
A jovem, de 21 anos, foi encontrada cerca das cinco horas da madrugada, em estado lastimável, tendo logo a PSP de Guimarães realizado uma série de diligências para preservar os vestígios do criminoso, incluindo no hospital.
Sabe-se que o perfil aparente do detido não corresponde à partida ao que os populares relacionam com um violador e no caso concreto o suspeito tinha uma vida dupla, aparentando estar muito bem inserido a nível socioprofissional.
Sabe-se que o violador, residente em Guimarães, deambulava pela cidade de Guimarães, à procura de uma vítima, tratando-se, segundo tudo o indica, de um compulsivo sexual, um “predador sexual”, como se diz na gíria policial.
Na noite desta terça-feira ainda decorriam diligências, dentro e fora da Polícia Judiciária de Braga, pelo que apenas a meio da manhã de quarta-feira o diretor da PJ de Braga, António Gomes, prestará uma conferência de imprensa.
António Gomes, coordenador de investigação criminal, tem a seu cargo diretamente a Secção dos Crimes Contra as Pessoas, na PJ de Braga, que entre outros crimes investiga as violações e a outra criminalidade de cariz sexual.