Dia da Mulher com ações convocadas para Braga, Viana, Guimarães e Barcelos

“Rede 8 de Março”

O Dia das Mulheres é assinalado hoje em Portugal com manifestações um pouco por todo o país, incluíndo nos municípios de Braga, Guimarães e Barcelos. A Rede 8 de Março organiza marchas e ações para lembrar a manifestação histórica de mulheres há 50 anos. Viana do Castelo também vai ser palco de uma ação, convocada pela associação juvenil Projeto Ruído.

“Há 50 anos, as mulheres tomaram as ruas em Lisboa numa manifestação histórica do Movimento de Libertação das Mulheres. E se, no ano passado, celebrámos os 50 anos do 25 de Abril, este ano recordamos o momento em que Abril se tornou de todas e voltamos a ocupar as ruas, porque a nossa luta continua”, diz a Rede 8 de Março – Greve Feminista Internacional, em comunicado.

Com o mote “Pão e Cravos”, o coletivo tem marchas e ações marcadas para Aveiro, Barcelos, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Faial, Guimarães, Lisboa, Porto, Vinhais e Viseu, apontando que se trata de uma luta de todas as mulheres.

“É das mulheres trabalhadoras, incluindo as trabalhadoras do sexo, das mulheres racializadas, das mulheres trans, das mulheres com diversidade funcional ou neurodiversidade, das mulheres lésbicas, bissexuais e não-binárias”, lê-se no manifesto que sustenta a ação.

O manifesto acrescenta ainda que o dia é também “das mulheres vítimas de violência machista, das mulheres vítimas de assédio, no trabalho, em casa, na academia, das mulheres vítimas de violência obstétrica, das mulheres do Barroso, da Palestina, do Congo e de todos os lugares onde o imperialismo e o extrativismo atacam os direitos das pessoas”.

O documento lembra a escritora Maria Teresa Horta, falecida no dia 04 de fevereiro, as mulheres mortas em contexto de violência de género ou violência doméstica, as mulheres despejadas dos bairros, fala da crise na habitação, nas dificuldades no acesso ao aborto, no “caos das urgências obstétricas”, da repressão policial e de racismo, mas também da questão relativa às minas do Barroso e à exploração de lítio, da Palestina, do regime talibã no Afeganistão.

Refere também as “vontades fascistas e neoliberais que encostam o 25 de Abril à parede” e deixa a garantia de que não hesitará em enfrentar “os fascistas que apelam à violação coletiva”.

A FEM – Feministas em Movimento é uma das organizações que se irá juntar à manifestação agendada para hoje, em Lisboa, e que, a partir das 15:00 se concentra na Praça Marquês de Pombal para depois descer a avenida da Liberdade, num momento que entendem ter um “significado muito especial porque se assinalam os 50 anos em que pela primeira vez as mulheres portuguesas comemoraram o 8 de Março em democracia”.

“50 anos passaram e a correlação de forças a nível nacional e mundial tem vindo a alterar-se profundamente, com o ascenso de forças de extrema-direita, retrógradas, conservadoras e saudosas de um tempo que muitos pensavam enterrado. O ataque é profundo e em primeiro lugar e com maior ferocidade o alvo são os direitos alcançados pelas mulheres”, refere a FEM.

Para hoje estão também marcadas ações convocadas pela associação juvenil Projeto Ruído, com iniciativas em Aveiro, Beja, Braga, Bragança/Miralenda, Castelo Branco/Covilhã, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Lisboa, Portalegre, Porto, Santarém/Torres Novas, Santiago do Cacém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu e Açores.

Segundo a organização, 900 jovens mulheres subscreveram a Manifestação Nacional de Mulheres, promovida pelo Movimento Democrático de Mulheres, em parceria com o Projeto Ruído.

“Reivindicamos a igualdade na escola, nomeadamente através da efetivação da educação sexual, no trabalho, para garantir que trabalho igual tem de corresponder a salário igual, o fim de todas as formas de violência contra a mulher, desde a violência doméstica, no namoro, ou a prostituição”, reclama a associação.

 
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