O Tribunal de Instrução de Braga enviou, ontem para julgamento os 18 arguidos que estavam acusados do furto de 123 mil euros de contas bancárias, através do método de ‘phishing’.
O juiz despronunciou, apenas, um dos arguidos que estava acusado de associação criminosa e de branqueamento, mantendo apenas este último crime.
As alegadas fraudes, vitimaram, maioritariamente, clientes do Montepio Geral, mas também do antigo Banif – Banco Internacional do Funchal.
A acusação diz que o «esquema» foi congeminado por três arguidos, Nuno Silva, Alexandrino Dias e Luís Correia, todos de Braga, os quais angariaram os outros 15, para que estes disponibilizassem contas bancárias para o dinheiro circular, as chamadas contas mulas.
O trio está acusado dos crimes de associação criminosa, falsidade informática, burla informática qualificada e branqueamento. Os restantes 15, as mulas, foram acusados de associação criminosa e branqueamento.
O Ministério Público concluiu que as fraudes, 101 no total, eram feitas, do ponto de vista informático, a partir do Brasil, de onde eram enviados e-mails a clientes dos bancos, com páginas semelhantes e contendo um vírus informático. Os clientes pensavam ser uma atualização pedida pela entidade e davam os números de acesso, credenciais, telefones e códigos de matriz de segurança das contas de homebanking.
Ou seja, os usernames e as passwords. Com estes dados, os brasileiros transferiam dinheiro das contas dos lesados para a das mulas, que tinham conta ou tinham-na criado, de propósito, para o efeito, e estas enviavam-no para os três alegados cérebros, que o levantavam, nomeadamente, em caixas multibanco. No Brasil ficava uma parte das verbas.
No final do inquérito, o MP arquivara já uma parte da investigação, referente a 17 outros suspeitos, três, por falta de provas, e 14 por serem cidadãos brasileiros, residentes no Brasil, cuja identidade não foi possível apurar. De início, a investigação da PJ/Braga calculava que a fraude teria atingido, pelo menos, 300 mil euros.