Dezenas visitaram e banharam-se na aldeia (já pouco) submersa de Vilarinho da Furna

Romaria com banhos para ver como era Vilarinho da Furna

Uma autêntica romaria registou-se este domingo nas imediações de Vilarinho da Furna, em Campo do Gerês, concelho de Terras de Bouro, para ver a grande parte da antiga aldeia a descoberto e alguns até se banharam no rio Homem.

A grande afluência de turistas ficou também a dever-se a quem mesmo quando não se vê parte do casario, frequenta algumas das três praias fluviais situadas igualmente na margem direita do rio Homem: Arco da Mondeira, Portelada e Quinta do Padre Outeiro.

Foto. O MINHO
Foto. O MINHO
Foto. O MINHO

José Fontes, de 80 anos, residente na freguesia vizinha de Cibões, em Terras de Bouro, aproveitou para pescar, mas mesmo assim não deu o seu tempo como perdido, pois como revelou a O MINHO, tinha na altura familiares que aqui viviam e gostava sempre “de reviver” quando ali ia.

Ainda segundo aquele octogenário, “não se pode ter tudo e para se ver isto é porque as águas estão muito baixas e sendo assim quase não há peixe a jeito de se pescar”.

José Fontes. Foto. O MINHO
José Fontes. Foto. O MINHO

Durante a tarde, alguns banhistas das praias fluviais foram conhecer a antiga aldeia por dentro, saindo do areal para o rio Homem e chegado a nado ao casario, alguns dos quais atirando-se do alto das ruínas para a água.

Com as notícias sobre o casario à vista, nos últimos fins de semana tem vindo a aumentar o número de curiosos, mas já este domingo, principalmente de tarde, verificou-se uma maior afluência com a atração de várias casas descobertas da antiga aldeia comunitária.

Foto. O MINHO
Foto. O MINHO

António Barroso, o guardião de Vilarinho da Furna, muito conhecido no Gerês, este verão recuou para servir já no bar da Comissão de Festas da Imaculada Conceição, ficando o controlo a cargo de colaboradores da Associação de Antigos Habitantes de Vilarinho da Furna (AFURNA).

A antiga aldeia de Vilarinho da Furna ficou para a história principalmente pelo tipo de vida comunitária e que chamou a atenção do antropólogo Jorge Dias, que em 1944 se doutorou em Munique com uma tese acerca da povoação minhota.

Foto. O MINHO
Foto. O MINHO
Foto. O MINHO
Foto. O MINHO

Até finais da Década de 60 havia 226 habitantes em Vilarinho da Furna, que faziam parte de 57 famílias, sendo que acresciam 17 emigrantes definitivos da terra e seis homens que trabalhavam na função pública, todos eles nas forças de segurança, mais concretamente três na Guarda Fiscal, dois na Guarda Florestal e um na Guarda Nacional Republicana.

 
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