Detido dono de stand em Vila do Conde que vendia carros elétricos com baterias alugadas

Foto: DR / Arquivo

A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem de 62 anos, proprietário do stand em Vila do Conde que vendia carros elétricos com baterias alugadas.

O suspeito está indiciado do crime de burla qualificada.

Em comunicado, a PJ, através da Diretoria do Norte, revela que fez buscas em “estabelecimentos de venda de automóveis, todos do mesmo proprietário, que comercializavam automóveis elétricos equipados com baterias alugadas, mas eram vendidos sem que os adquirentes tivessem sido informados que as referidas baterias não integravam as viaturas”.

Número total de lesados desconhecido

“Cada adquirente de viaturas nesta situação foi surpreendido com a exigência de pagamentos de valores entre 6 a 8 mil euros, situações que ocorreram entre 2021 e a presente data, sendo ainda desconhecido o número total de lesados desta atividade”, acrescenta o comunicado.

A PJ apreendeu oito viaturas e ainda documentação contratual e financeira, bem como ficheiros informáticos relevantes para a prova dos factos em investigação e possível identificação de outros lesados.    

O detido, de 62 anos, irá ser presente à competente autoridade judiciária para primeiro interrogatório judicial de arguido detido e aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.

Há câmaras municipais entre os clientes burlados

Como O MINHO noticiou em janeiro deste ano, mais de uma centena de carros elétricos de 80 particulares e instituições ficaram parados depois de a financeira do grupo Renault ter bloqueado as baterias das viaturas.

Todos os carros foram comprados no stand E-Drive, em Vilar, Vila do Conde.

Os compradores achavam que as viaturas tinham baterias próprias, mas entretanto descobriram que todos os carros tinham contratos de aluguer.

Para que o carro funcione, têm que renovar o contrato de aluguer, que custa entre 69 e 119 euros por mês.

Os carros são Renault Zoe usados, importados, e vendidos pelo stand de Vila do Conde com faturas que referem “viatura sem aluguer de baterias” e a financeira RCI (do grupo Renault e entretanto rebatizada Mobilize Financial Services) argumenta que os carros têm contratos de aluguer celebrados fora de Portugal.

Por seu turno, o stand de automóveis respondeu, na altura, citado pelo Jornal de Notícias, que “o contrato cessa com a exportação” e mandava ligar para a empresa de aluguer.

Entre os compradores estão as câmaras de Vila Pouca de Aguiar e a de Oliveira do Bairro.

Segundo a mesma fonte, a maioria dos queixosos comprou os automóveis neste concessionário para poupar mil a três mil euros face à concorrência. Porém, com os contratos de aluguer, o negócio deixa de compensar.

 
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