O trítio é um elemento radioativo cuja presença em quantidades elevadas na água faz disparar os alarmes. Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro criou um detetor que permite medir em tempo real os níveis de radioatividade da água dos rios utilizada pelos sistemas de refrigeração das centrais nucleares.
É o caso da central espanhola de Almaraz, que utiliza a água do Tejo para arrefecimento.
Instalado para testes na estação de monitorizarão de Arrocampo, junto à central nuclear de Almaraz, o protótipo já está em funcionamento.
No entanto, detetor em tempo real de radioatividade pode passar também por outras centrais nucleares garantindo a qualidade da água consumida e o respetivo abastecimento às populações nos limites de radioatividade impostos pela norma Europeia da EURATOM.
Desenvolvido no laboratório do Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação (I3N) do Departamento de Física da UA, o detetor centra-se no trítio, um material indicador da presença de outras partículas radioativas.
“A medição de trítio em tempo-real, para além de monitorizar o nível de radioatividade na água que retorna ao rio depois de passar pela central nuclear, pode ser usado como um alerta de eventuais problemas na própria central nuclear”, explica, em comunicado, o investigador Carlos Azevedo que, a par com o investigador João Veloso e coordenador do projeto na UA, desenvolveu o detetor.
O projeto TRITIUM foi aprovado e desenvolvido no âmbito do financiamento obtido através do programa Europeu INTERREG-SUDOE onde, para além da UA, participam a Junta de Extremadura (Espanha), as universidades da Extremadura e de Valência (Espanha) e a Universidade de Bordéus (França).