O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) desmantelou hoje, em Barcelos, uma organização criminosa transnacional por “fortes indícios” dos crimes de auxílio à imigração ilegal e angariação de mão de obra estrangeira ilegal, anunciou aquela força.
Em comunicado, o SEF acrescenta que em causa estão também crimes de falsificação de documentos, falsidade informática e branqueamento.
A operação, que contou com a colaboração da Polícia Judiciária, culminou com a detenção de cinco cidadãos portugueses.
“Este grupo criminoso recrutou diretamente nos países de origem, em bolsas de imigração ilegal em território nacional e noutros países Schengen (predominantemente em Espanha e França), mais de 300 trabalhadores estrangeiros, originários do continente sul-americano, para laborar em obras públicas, obras de construção civil e fábricas de componentes de construção dispersas pelo espaço comunitário europeu”, acrescenta o comunicado.
Segundo o SEF, aqueles cidadãos estrangeiros, “em circunstâncias de especial vulnerabilidade e com expectativas de recorrerem a mecanismos legais de regularização extraordinária, representam um avultado somatório de contribuições fiscais e sociais não declaradas, imposição de taxas e custos por equipamento, transporte e legalização documental”.
“Para camuflar a atividade ilícita, o grupo criminoso montou uma rede de sociedades fachada com relevância fiscal e jurídica em Portugal e em França e opera inúmeras contas bancárias tituladas por figuras testa de ferro”, lê-se ainda no comunicado.
Na operação “Ephemero”, refere ainda, foi dado cumprimento a cinco mandados de detenção e a 16 mandados judiciais a residências e empresas em Portugal e em França.
No decorrer da operação foram apreendidos telemóveis, material informático, documentação relacionada com as empresas, documentos de identificação, viaturas de alta cilindrada, bens de luxo e mais de meio milhão de euros em numerário.
Participaram 90 inspetores do SEF e 10 da PJ.