A Polícia Judiciária (PJ) desmantelou uma empresa de Barcelos que, sob uma falsa capa de legalidade, distribuída canábis e LSD para toda a Europa. Foram apreendidos 10 mil selos de LSD e cerca de tonelada e meia de canábis. O casal que detinha o negócio foi detido e ficou em prisão preventiva.
Em comunicado, a PJ refere que, através da Diretoria do Norte, “desencadeou uma operação contra o narcotráfico, dirigida a uma empresa que se dedicava à distribuição de produtos estupefacientes, por vários países europeus, na qual foi detido, em flagrante delito, um casal, e apreendidas mais de uma tonelada e meia de embalagens com canábis, cerca de dez mil selos de LSD (dietilamida do ácido lisérgico) e, ainda, um conjunto de substâncias que se encontram a ser objeto de análise pericial”.
De acordo com a mesma fonte, a empresa, criada em Portugal em agosto de 2024, como extensão de uma outra sediada na Suíça, publicitava a venda livre de produtos à base de canábis, com base nos seus alegados baixos teores de THC (Tetrahidrocanabinol), componente da planta responsável pelos seus efeitos alucinogénios.
“Como em alguns países é admitida a venda ao público deste tipo de produtos, desde que o grau de pureza não ultrapasse determinados valores, a empresa publicitava que os seus artigos cumpriam esses requisitos e, como tal, eram legais em todo o espaço europeu”, explica a PJ.
Assim, a coberto de uma falsa legalidade, a empresa fornecia uma vasta panóplia de substâncias, capazes de potenciar efeitos semelhantes à liamba ou ao haxixe, cativando, desta forma, milhares de clientes por toda a Europa e conseguindo várias centenas de encomendas diárias.
“O sucesso do negócio chamou a atenção desta Polícia, que, após analisar algumas encomendas, constatou que o grau de pureza dos produtos comercializados não correspondia ao anunciado, estando a ser distribuído canábis, nas mais diversas variedades, bem como outras drogas ilícitas”, salienta a PJ.
Foram realizadas buscas num armazém em Barcelos, cujo espaço era utilizado como entreposto comercial, e onde os detidos se encontravam a preparar e a embalar estupefaciente para envio.
Os detidos, com 35 e 39 anos, foram presentes a primeiro interrogatório judicial, tendo ficado sujeitos à medida de coação de prisão preventiva.