Declarações dos treinadores do Famalicão e do Sporting, João Pedro Sousa e Jorge Silas, no final da partida da 23.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, que os famalicenses venceram por 3-1:
João Pedro Sousa (treinador do Famalicão): “Foi muito tempo sem ganhar. Penso que o segredo tem que ver com a paciência e o acreditar no nosso trabalho e na nossa forma de jogar, porque não abdicamos dela.
Tivemos dissabores, mas não deixámos de acreditar. Entrámos no jogo assim, traçámos um plano com os jogadores que tínhamos disponíveis, mudámos ligeiramente a nossa forma posicional, mas os jogadores cumpriram o plano. A nossa vitoria é justa.
[sobre saída de Silas] São situações normais no futebol, mas sobre os negócios dos outros não me quero pronunciar. Desejo a melhor sorte do mundo ao Silas, espero que as coisas se resolvam.
Esse ruído do que se passou no Sporting passou-nos um pouco lado. Estávamos focados no nosso trabalhamos, porque também não estávamos confortáveis com a nossa fase. Não nos distraímos com o ruído dos outros.
[Sobre lutar por outros objetivos] Sempre disse que não ia fugir à questão, nem a objetivos que podemos lutar. O balneário é ambicioso.
Sabemos que na luta pela Europa há equipas melhor apetrechadas e nós chegámos agora da II Liga. Mas não vamos virar a cara à luta. Sabemos que vai ser difícil e, se não acontecer, não vou dizer que é um insucesso.”
Jorge Silas (treinador do Sporting): “A entrada com dois golos do Famalicão condicionou-nos. Em dois remates marcaram dois golos.
Ainda reagimos bem e ao intervalo mostrámos que havia muitos espaços para explorar. Mas, por uma ou outra razão, continuámos a insistir pelo meio e fomos perdendo o discernimento, até que o Famalicão matou o jogo.
Temos de dar os parabéns ao adversário, e pedir desculpa aos nossos adeptos, porque o Sporting exige mais que isso, e todos devemos ter responsabilidades.
Este foi o meu último jogo à frente do Sporting, tenho de agradecer a oportunidade.
Foi uma decisão mais que pensada, que comecei a refletir logo a seguir ao jogo na Turquia, e já não teve volta atrás.
Acho que em uma ou outra situação podíamos ter feito mais, mas esta decisão é pensar no Sporting, que é preciso começar a preparar a próxima época, para que não volte a haver dissabores.
O natural é sairmos e entrar um novo treinador que comece a trabalhar com estes jogadores e numa ideia de jogo.
[Sobre Rúben Amorim] É um grande treinador, jovem. Vai precisar de muita ajuda, porque vem para um desafio enorme. Como ex-colega e amigo espero que tenha ajuda, porque esta é um missão para gente de coragem. Mas, na minha opinião, vem para cá um grande treinador.
Não por algo que tenha feito de mal que saio. Gosto de treinar, mas, quando não sinto prazer de o fazer e não estou bem num sítio, entendo que tenho de mudar. Tal como o Sporting também o entende.
A minha relação com o presidente [Frederico Varandas], com o Hugo [Viana], é muito honesta e leal.
Quando chegámos as Sporting as coisas estavam muito piores. Houve uma evolução na equipa e acho que podia haver mais.
Sempre senti apoio dos jogadores e da direção. É normal que nem todos joguem e que sintam algum desgosto quando isso acontece, mas nunca senti que não me apoiavam. Também acho que querem ganhar, mas, às vezes, só isso não chega.
Também têm responsabilidade, tal com eu. O Sporting precisa de mais do que nós demos.
Deixo uma equipa que em casa é muito competitiva, mas fora tem de melhorar. Fizemos muitos jogos bons, mas quando chegámos havia uma grande descrença.
Sinto que deixo uma melhor equipa do que encontrei, mas vai precisar do apoio de todos.”