Desde o início do ano, três mulheres foram assassinadas pelos companheiros no Minho

De Ponte de Lima, Arcos de Valdevez e Barcelos
Manifestação contra o feminicídio em Braga. Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO / Arquivo

Três mulheres de Ponte de Lima, Arcos de Valdevez e Barcelos foram assassinadas pelos companheiros em 2022, de acordo com o Observatório das Mulheres Assassinadas (OMA). No país, este ano foram mortas 22 mulheres em relações de intimidade.

De acordo com o Correio da Manhã, Sónia Barros, de Ponte de Lima, foi morta pelo marido a 03 de maio. O homem atingiu-a a mulher de 33 anos com três tiros à entrada de casa.

Em Arcos de Valdevez, Lucília Brandão, de 56 anos, foi estrangulada e esfaqueada em casa pelo ex-companheiro, a 11 de março.

Já em Barcelos, Marta Carvalho foi baleada na cabeça e no pescoço pelo marido a 08 de abril. Como O MINHO noticiou, a mulher de 47 anos foi atingida à porta de casa da mãe, no centro histórico de Barcelos. O assassino acabou por se suicidar de seguida, numa rua a alguns metros de distância do local do crime.

O Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) contabilizou, entre 01 de janeiro e 15 de novembro deste ano, 28 mulheres mortas, 22 das quais no contexto de relações de intimidade, segundo os dados preliminares divulgados na quarta-feira no Porto.

De acordo com os dados recolhidos pela OMA e pela União das Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), com base em notícias publicadas nos órgãos de comunicação social, ocorreram, em Portugal, “22 femicídios nas relações de intimidade” e seis assassínios, três deles “em contexto familiar”, um “em contexto de crime”, um “por discussão pontual” e um “em contexto omisso”.

“Todos os 22 femicídios nas relações de intimidade cometidos em 2022 foram perpetrados por homens”, lê-se nas conclusões o relatório divulgado em conferência de imprensa na Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto.

Dos 22 femicídios, 13 foram cometidos em relações de intimidade atuais, o que corresponde a 59% do total, e nove em contexto de relações passadas (41%), tendo sido possível apurar em 15 casos que vítima e ofensor tinham filhos em comum.

O relatório preliminar do OMA/UMAR revela, ainda, que em 12 dos 22 femicídios, ou seja em 55% dos casos, existia violência prévia contra a vítima.

Violência física, psicológica, perseguição, ameaças, estratégias de controlo e tentativa de femicídio prévio são algumas das formas de violência identificadas.

“Em sete casos havia sido feita denúncia anterior de violência doméstica às autoridades”, descreve o relatório, que acrescenta que “em cinco casos as vítimas já tinham recebido ameaças de morte por parte dos perpetradores” e que “em todos os casos a violência era conhecia por terceiras pessoas”.

A idade das vítimas situa-se, na maior parte dos casos, entre os 36 e os 50 anos e, do total, sete vítimas estavam empregadas, três estavam reformadas e uma estava desempregada.

Em pelo menos 13 casos, as vítimas tinham filhos menores de idade.

 
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