Dar prioridade às ligações da Variante à EN101-201 e à Circular Norte e a capacidade de escoamento nas saídas do centro para essas vias e para o Nó é a proposta apresentada pela Câmara de Braga para solucionar “um dos mais problemáticos sistemas rodoviários do Concelho de Braga”: o Nó de Infias.
O presidente de Câmara de Braga apresentou, hoje, as ideias para redefinir aquele “ponto de congestionamento de trânsito da cidade de Braga”, como é referido em comunicado.
Segundo Ricardo Rio já foram encetados contactos com a IP e com o Ministério da tutela propondo a redefinição do Nó de Infias de uma forma que garanta a capacidade de escoamento do tráfego de atravessamento.
“Os serviços municipais, juntamente com a IP, já desenvolveram soluções prévias para a reorganização do Nó de Infias que carecem, ainda, do desenvolvimento do projecto de execução e de procedimentos prévios, bem como da definição do acordo de gestão com a IP“, disse, salientando que, dependendo do desenvolvimento do cronograma das diversas acções, a conclusão da obra é possível em meados de 2022.
“Para isso será necessário iniciar, desde já, a definição do acordo de gestão e o lançamento do concurso público por parte da IP, o que permitirá iniciar a obra, com um custo de 5 milhões de euros, em 2021”, explicou Ricardo Rio.
Soluções imediatas
No entanto, e enquanto não há uma resposta das entidades oficiais, a autarquia vai avançar com um conjunto de soluções imediatas, que “não comprometam a solução final”.
A duplicação da via de saída do centro da cidade para o Nó, desde a rotunda de Infias, garantindo o aumento da capacidade de cerca de 36 para 82 automóveis será a primeira obra a avançar.
Uma proposta já avalizada favoravelmente pela IP, estando previsto para breve a assinatura do acordo de gestão e a respectiva execução.
Contactos com Ministério das Infra-estruturas
Ricardo Rio fez chegar ao Ministro das Infra-estruturas um dossier com a proposta de inclusão desta intervenção, bem como dos troços da Variante do Cávado (que garantem a ligação do Parque Industrial de Adaúfe ao nó das auto-estradas em Ferreiros, com um custo estimado de 13 milhões, totalizando 18 milhões de euros) no Orçamento de Estado e na 2ª fase do Programa de Valorização das Acessibilidades às áreas Empresariais (PVAE).
Segundo Ricardo Rio, estas duas propostas têm como principal desígnio “eliminar os fluxos de atravessamento em áreas urbanas e na rede viária local e, consequentemente, reduzir a sinistralidade e melhorar o ambiente urbano e a qualidade de vida dos cidadãos”.
O Autarca referiu também que, pelo carácter polarizador de Braga, “estas intervenções vão beneficiar as empresas que se localizam neste eixo do Noroeste de Braga e nos Concelhos localizados a Norte, aumentando, igualmente, a competitividade das empresas”.
Elevados volumes de tráfego
Atualmente, os elevados volumes de tráfego gerados nas vias, sob jurisdição da Infraestruturas de Portugal (IP), “não são compatíveis com a capacidade de escoamento do nó viário em questão, o que cria situações de saturação das vias locais, com constrangimentos para a adequada circulação e vivência urbana na envolvente”.
Recorde-se que a própria acessibilidade ao Hospital de Braga pelos Concelhos localizados a Norte é efectuada integralmente através do Nó de Infias.
Conflui neste nó a Variante à EN 101-201, que estabelece a ligação dos Concelhos de Vila Verde e Amares a Braga, e a Av. António Macedo (EN 14), na qual converge todo o tráfego proveniente da Variante à EN 14 e das auto-estradas A11 e A3.
No diagnóstico apresentado, conclui-se que a EN 101-201 registou, em 2016, volumes de tráfego médio diário de cerca de 40.000 veículos/dia, sendo que na Av. António Macedo o valor corresponde a cerca de 88.000 veículos/dia. Na via de ligação da rotunda de Infias ao Nó de Infias registou-se, em 2018, um tráfego médio de 20.000 veículos/dia, valor incomportável para o perfil desta via.