Os deputados do PS eleitos pelo círculo de Viana do Castelo questionaram hoje a administração da Caixa Geral de Depósitos(CGD) sobre o encerramento da agência de Darque, no final do mês, numa tentativa de “reverter” a decisão.
“A confirmar-se o encerramento da agência de Darque, inaugurada em 1989, serão cerca de 30 mil pessoas, de nove freguesias de Viana do Castelo, que ficarão privadas deste serviço público. Esta decisão afetará negativamente estas populações, e a economia local, que serão forçadas a deslocar-se vários quilómetros até ao centro da cidade, com todos os prejuízos que isso irá implicar”, afirmam os deputados socialistas na nota enviada à administração do banco e a que a Lusa teve acesso.
No documento, José Manuel Carpinteira e Sandra Pontedeira sublinham também que naquele território “existe um forte e dinâmico Parque Empresarial, para o qual a atividade bancária é essencial”.
“Sempre ouvimos dizer na Assembleia da República que, como banco do Estado, a CGD iria salvaguardar a sua função social de serviço público e que a sua presença em territórios de baixa densidade seria assegurada, apesar das necessárias medidas de reestruturação”, sublinham os deputados.
Na carta que dizem ter hoje enviado à administração da CGD, os deputados socialistas manifestam “a sua solidariedade com as reivindicações das populações, das empresas e das autarquias afetadas, pedindo uma decisão justa e ponderada no sentido de manter em funcionamento a Agência de Darque”.
“O Governo tem procurado criar as condições necessárias para a atração de investimento privado e em fazer chegar serviços públicos de qualidade de forma flexível aos territórios de baixa densidade, pelo que esta decisão, a verificar-se, surge em contraciclo ao movimento de descentralização e da coesão do território”, referem.
A CGD vai fechar cerca de 70 agências este ano, a maioria já este mês e nas áreas urbanas de Lisboa e Porto, indicou, na segunda-feira, em comunicado, o banco público.
A CGD não indicou quantas são exatamente as agências que fecharão até final de junho nem onde se situam, dizendo apenas que muitos desses balcões estão em áreas urbanas.
A CGD tinha 587 agências em Portugal no fim de 2017 e quer chegar ao final deste ano com cerca de 517.
A redução da operação da CGD, incluindo o fecho de 180 balcões em Portugal até 2020, foi acordada entre o Estado português e a Comissão Europeia como contrapartida pela recapitalização do banco público feita em 2017.
Em 2017 já tinham fechado 67 balcões, encerramentos que provocaram muita polémica e protestos, sendo o mais conhecido o caso de Almeida.
Assim, com o encerramento destes 70 balcões, a CGD terá ainda de fechar mais 43 balcões nos próximos dois anos.
Segundo informações recolhidas pela Lusa nas últimas semanas, entre as agências da CGD que irão fechar estão São Vicente da Beira (Castelo Branco), Darque (Viana do Castelo), Grijó e Arcozelo (Gaia), Pedras Salgadas (Vila Pouca de Aguiar), Prior Velho (Loures), Alhandra (Vila Franca de Xira), Abraveses e Rua Formosa (Viseu), Louriçal (Pombal) e Avanca (Estarreja).