O Benfica sagrou-se hoje campeão nacional feminino de voleibol ao vencer o SC Braga, 3-2, em jogo decidido no golden ‘set’, recuperando o título que lhe fugia desde 1975.
Num duelo histórico, pois nunca o SC Braga tinha estado numa final, o Benfica acabou por sorrir na ‘negra das negras’ depois da incerteza no marcador e conquistou o 10º título do seu palmarés, depois de nove títulos consecutivos conquistados pela ‘equipa das Marias’ entre 1966 e 1975.
Depois de ter perdido os dois primeiros jogos, ambos por 3-2, o Benfica conseguiu emendar a mão (3-1 e 30) e empurrar a decisão para a ‘negra’.
Em dia de eleição papal, a equipa da cidade dos arcebispos entrou melhor, rapidamente ficou com seis pontos de vantagem (10-4). O Benfica demorou a reagir, conseguiu a igualdade (18-18) até que Alice Clemente fez a reviravolta (24-23) e Isidora Ubavic selou o parcial (25-23).
As bracarenses acusaram a remontada das ‘encarnadas’. O Benfica aproveitou para puxar o marcador a seu favor e obrigou as ‘arsenalistas’ a correr atrás do resultado. E quando parecia que as lisboetas tinham o jogo a seu favor (20-15), as comandas de João Diogo Santos iniciaram uma apoteótica reviravolta vencendo por 30-28, após ‘tiebreak’.
Num excelente jogo de voleibol, onde as equipas tudo faziam para vencer, a incerteza tomou conta do jogo. E após várias alternâncias no marcador, quando o Benfica passou a ter quatro pontos de vantagem (18-14), o SC Braga ‘ruiu’ tendo o parcial terminado por esclarecedores: 25-15.
Sem tempo para lamber feridas, o SC Braga, sem outra alternativa, lançou-se para cima do Benfica e à semelhança do primeiro parcial obrigou-o a trabalhos redobrados e a correr atrás do resultado.
Aliás, as jogadoras do Benfica tiveram o parcial nas mãos, com o ponto de Joana Garcês (22-20), e não tiveram controlo emocional suficiente para ‘matar’ o jogo. O SC Braga agradeceu e venceu, por 25-23.
Antes do ‘golden set’ começar, o árbitro Ricardo Ferreira sentiu-se indisposto, necessitando de assistência médica, o que obrigou a uma substituição na equipa de arbitragem. Rui Reis, árbitro de mesa, assumiu as funções.
No tudo ou nada, o Benfica virou o parcial a vencer (8-7), mas ambas as equipas estavam determinadas em vencer o jogo. Neste duelo, o Braga distanciou-se, aos 12-10. O Benfica tremeu, mas conseguiu reentrar na eliminatória com o ponto de Joana Garcês (13-13), jogadora que deu o título nacional ao Benfica 50 anos depois.
Ficha de Jogo
Jogo realizado no Pavilhão n.º 2 do Estádio da Luz, em Lisboa.
Benfica – SC Braga, 3-2.
Parciais: 25-23 (29 minutos), 28-30 (39), 25-15 (25), 23-25 (32) e 15-13 (27).
Sob a arbitragem de Raquel Portela e Ricardo Ferreira as equipas alinharam:
– Benfica: Mariana Garcêz, Cansun Çetin, Alice Clemente, Isidora Ubavic, Angélica Malinverno e Tatiana Rizzo (líbero). Jogaram ainda: Joana Garcez, Beatriz Paiva, Marta Aleixo e Veronika Dokic.
Treinador: Rui Moreira.
– SC Braga: Dayana Hernandez, Thainalien Leyva, Margarida Maia, Ana Figueiras, Maria Lopes e Matilde Rodrigues (libero). Jogaram ainda: Viviane Araújo e Catarina Lemos.
Treinador: João Diogo Santos.
Assistência: Cerca 1.300 espetadores.