Denúncia anónima na PJ ‘abala’ Bombeiros de Vila Verde

Em causa está alegada negligência do segundo comandante
Foto: O MINHO / Arquivo

Negligência grave ou denúncia motivada por guerras internas? É esta a pergunta que fica depois de ouvidas as partes e após um grupo de bombeiros dos Voluntários de Vila Verde ter entregue, quarta-feira, uma carta na Polícia Judiciária de Braga na qual denuncia uma alegada falha grave da corporação, e do seu segundo comandante, Luís Morais. Em causa uma operação de socorro a uma mulher que, em 30 de dezembro de 2020, morreu queimada dentro de uma viatura.

No documento, a que O MINHO acedeu, os queixosos – que não se identificam – afirmam que o socorro à vítima – Maria Irene da Silva Pinheiro, de Aboim da Nóbrega – demorou uma hora porque a equipa EIP ( de Intervenção Permamente) que estava de serviço fora do quartel a cantar os parabéns, a pedido do segundo comandante, em casa de um adjunto do Comando que estava em quarentena, na freguesia da Laje.

Contactado a propósito, Luís Morais escusou-se a comentar o caso.

O pedido de socorro foi dado pelo CDOS- Centro de Operações de Socorro de Braga pelas 16 horas, tendo os bombeiros voltado ao quartel pouco antes das 16:30 para se fardarem e irem para o local do sinistro, onde terão chegado já com a vítima falecida.

Os queixosos dizem que, após o pedido do CDOS a central telefónica telefonou para o 2.º Comandante relatando a ocorrência e dizendo-lhe que havia três bombeiros prontos a sair, mas este ter-lhes-á dito para não saírem sem que ele chegasse ao quartel, facto a que chamam de “comportamento irresponsável”.

“Se tivesse deixado sair os três operacionais presentes no quartel talvez se tivesse podido salvar uma vida”, acusam.
Garantem, ainda, que vários bombeiros são testemunha dos factos e que o CDOS possui registos da hora de alerta, hora de saída, de chegada ao teatro de operações e da conclusão dos trabalhos.

A O MINHO, uma outra fonte conhecedora do caso atribuiu a denúncia a querelas recentes ocorridas no interior da corporação, nomedamente por causa de um processo disciplinar.

A mesma fonte garante que a denúncia é “falsa e mentirosa” e, para o comprovar aponta o facto de a ocorrência ter sido em dezembro e só agora, seis meses depois, ter sido feita uma queixa na PJ.

Recorde-se que, há dias, rebentou nova polémica nos Bombeiros com o processo disciplinar aberto a uma funcionária administrativa o que motivou acusações da secretária da direção ao presidente da instituição, alegando que este decidiu tomar partido por outro funcionário antes de apurar os factos.

 
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