O Ministério Público pediu, quinta-feira, no Tribunal de Braga, a condenação de uma mulher que se fez passar por médica-psiquiatra e psicóloga, dando consultas e burlando cinco pessoas, num dos casos em 44 mil euros entregues para pagar um internamento numa clínica em Madrid, Espanha, que nunca ocorreu. .
O magistrado deu os crimes como provados, mas não quantificou qual a pena a que a arguida merece.
Já a defesa sustentou que, em vez dos cinco crimes de burla qualificada porque foi julgada, deve ser condenada por um só crime, na forma continuada, dado o curto espaço de tempo em que exerceu a atividade de «psiquiatra».
Defendeu, ainda, e no que toca à entrega por um dos lesados de 44 mil euros – mãe de um jovem que tratou como doente – , que uma parte, 15 mil, foi um empréstimo por ela pedido e que se destinava a ajudar o pai. Dinheiro que foi transferido diretamente para a conta do pai da «médica». Ou seja, defende o advogado, deste modo, “não ficou provada a burla, na forma qualificada”, o que, se assim for, pode acabar em pena suspensa.
Ana Cristina Pereira, de 43 anos, de Foz Coa mas então residente em Braga compareceu na segunda audiência do julgamento, mas não falou.
Está acusada dos crimes de, burla qualificada e de cinco outros de usurpação de funções.
A arguida começou, em 2018, a dizer que trabalhara no Hospital de Santa Maria, em Lisboa e que ia chefiar o Departamento de Psiquiatria do Hospital de Braga.
Acabou por montar um gabinete médico em casa, com artefactos e livros de Medicina, atendendo os clientes com uma bata.