Na Feira de Barcelos, CDS teve um hoje novo significado, “Costa deve sair”, e o líder virou “D’artagnan” na reta final da campanha, a tentar convencer os eleitores a votar no partido que é um “porto seguro”.
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A caravana do CDS-PP arrancou o penúltimo dia de campanha para as eleições legislativas de domingo em Barcelos e o líder regressou à feira, acompanhado do cabeça de lista por Braga, José Paulo Areia de Carvalho.
Pelos corredores ao ar livre, a comitiva, anunciada pelas bandeiras, o megafone, bombos e concertinas, ia passado pelos vendedores de frutas, legumes, animais, roupa, calçado ou malas.
A quem encontrava, Francisco Rodrigues dos Santos distribuiu canetas, panfletos e abraços e ia pedindo força e votos para domingo.
“Eu só gosto deste partido porque você é lindo”, disse-lhe Julieta. A resposta do líder centrista foi pronta: “Sou o D’artagnan”.
A uma senhora que referiu o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, o centrista disse que “esse não interessa” e fez um trocadilho com a sigla do partido : “Não se esqueça disto, CDS, Costa deve sair, vamos embora virar à direita”.
Mais à frente, Francisco Rodrigues dos Santos ouviu também um comentário sobre a vida interna do CDS, por parte de uma senhora que disse ter “pena que o partido não o apoie” e aconselhou Nuno Melo, presidente da distrital e eurodeputado que anunciou que iria concorrer à liderança do partido, a deixar-se “estar na União Europeia”.
“São precisos todos para ajudar o CDS”, respondeu Rodrigues dos Santos.
Aos jornalistas, o líder declarou que “o CDS tem a mesma designação de sempre, o partido da direita certa, Centro Democrático Social, mas agora a sigla CDS pode ter outra interpretação”.
E considerou que “todos os portugueses que achem que Costa deve sair têm um voto seguro e útil nestas eleições, é votar no CDS”, garantindo que “todos os votos no CDS serão votos contra António Costa, o PS e a extrema-esquerda e também contra o bloco central de interesses”.
Na feira, a comitiva centrista cruzou-se com o presidente da Câmara de Barcelos, Mário Constantino, a fazer campanha pelo PSD.
Aos microfones da comunicação social, o candidato que liderou a coligação PSD/CDS nas eleições autárquicas afirmou que, apesar de os dois partidos não concorrem juntos às legislativas, será possível um acordo “depois, se tudo correr bem, e se o CDS tiver o resultado que todos” querem.
“Que o [Rui] Rio ganhe, que é o que nós queremos e acho que vai acontecer, e que o CDS tenha um bom resultado”, acrescentou o autarca, desejando “boa sorte” ao presidente centrista, e Francisco Rodrigues dos Santos respondeu otimista: “Vai ter, vai ter, certamente”.
Em declarações aos jornalistas pouco depois, o líder centrista apontou que um acordo com o PSD para a governação do país “só dará com um CDS forte”.
“O apelo que eu faço é que o CDS continue a ser o porto seguro de todos os conservadores e democratas-cristãos no nosso país, para afirmarmos a direita certa para Portugal, capaz de derrotar o PS”, salientou, defendendo que “nenhum voto no CDS será desperdiçado, porque todos eles somarão a uma nova maioria de direita no parlamento e garantirão uma governação às direitas como o país pede nesta altura”.
Francisco Rodrigues dos Santos voltou a apelar a uma “concentração de votos à direita do PSD no CDS” e pediu a “todos os conservadores e democratas-cristãos” que “olhem para o CDS como a grande casa da direta certa, o porto seguro”.
Reiterando as crítica ao Chega, acusou o partido liderado por André Ventura de ser “a caricatura da direita que interessa à esquerda e que impede a nova maioria de direita de governar”, sustentando que, “se o Chega tiver muitos votos, António Costa estará mais perto de continuar como primeiro-ministro”.