Damien nasceu na Bretanha, no norte de França, e começou a viajar pelo mundo aos 17 anos. Aos 41 já viajou por mais de 50 países, da Ásia à Europa, da América Latina aos Estados Unidos da América. Desde dezembro está em Portugal, há uma semana em Braga.
“O confinamento e esta pandemia da covid-19 são, curiosamente, a melhor altura para viajar. É estranho dizer isto, mas é verdade. Os preços estão mais baixos, não há enchentes de turistas e as cidades tornaram-se mais genuínas”, comenta o viajante sobre a sua estadia em Portugal.
Damien ia voar de França, onde trabalhou 6 meses do ano passado, para a República Checa, em dezembro, quando o seu voo foi cancelado. Poucas alternativas disponíveis evidenciaram Portugal, como o destino a optar. Viajou para Lisboa, depois Coimbra e agora Braga.
Sobre a cidade dos arcebispos, o bretão comenta: “O pôr do Sol no Bom Jesus é magnífico. Nota-se na cidade uma forte influência religiosa, com dezenas de igrejas espalhadas pelo centro histórico, o clima não é o melhor, mas as pessoas são amáveis e isso tornou a estadia muito agradável”.
Aponta ainda, como uma vantagem para Braga, o fator da localização: “A partir de Braga consegues conhecer facilmente Guimarães, o Gerês ou Ponte de Lima, e estás a dois passos do Porto”.
Não considera Braga a melhor cidade europeia e atribui ao título, “Braga Best European City”, uma certa “presunção”. Certo é, que o objetivo inicial do bretão era ficar duas noites, mas já pernoitou uma semana.
Em Portugal o vinho foi a sua maior surpresa, por ser “bom e barato”, como no jardim plantado à beira mar não podia deixar de ser. Nos destinos que visita, Damien tenta infiltrar-se no meio da população local, para poder sentir um país como um todo, “só assim a experiência de viajar fica completa”.
Damien, que já viajou pelo Japão, pelo Vietname, Sri Lanka, Indonésia, China, Escandinávia, Europa do Sul, do Centro e Balcânica, Brasil e E.U.A, reflete na diferença entre o turista e o viajante: “O turista pensa primeiro em si próprio. No seu conforto, na sua segurança, nas suas necessidades. O viajante pensa na viagem, sem fazer grandes planos, mas munido de sentimentos”.
Damien Kermabon é claro e incisivo na mensagem, que reflete a importância de alargar horizontes: “Viajar abriu-me a mente e tornou-me mais humano. É importante as pessoas saberem, que o mundo não acaba na sua rua, nem nas portas de suas casas. É fundamental, para compreendermos este planeta, como um todo, a vivência de verdades e realidades distintas da nossa. No fundo, viajar permite compreender, que a vida é possível de inúmeras outras formas e cores, que a nossa, ou as dos nossos vizinhos e comunidade”.