O impacto do turismo de cruzeiros na economia portuguesa representa um ganho gerado de quase 500 milhões de euros, 121 deles na indústria da construção naval, onde Viana do Castelo tem um dos ‘key players’ deste setor.
De acordo com os mais recentes dados da Associação Internacional de Cruzeiro disponibilizados a O MINHO, foram gerados proveitos totais no valor de 487 milhões de euros durante o ano de 2021, o que inclui compras das linhas de cruzeiro a fornecedores locais no valor de 70 milhões de euros, 121 milhões de euros de investimento em construção naval e cerca de 24,8 milhões de euros na remuneração das 7900 pessoas que, em Portugal, trabalham diretamente neste setor.
Os dados foram também divulgados na Cimeira Europeia da CLIA de 2023, onde também foi apontado que o setor dos cruzeiros gerou mais de 40 mil milhões de euros de impacto económico na Europa em 2021 (último ano com números já consolidados), apesar do volume de passageiros ter sido drasticamente reduzido devido às restrições pandémicas.
O setor também reforçou a sua estrutura com 315.000 postos de trabalho na Europa durante esse período.
Segundo a CLIA, mais de 93% das companhias de cruzeiros do mundo são fornecidas por estaleiros europeus, incluindo estaleiros portugueses, e a construção de navios de cruzeiro representa cerca de 80% da carteira de encomendas de estaleiros navais.
“Com 66 navios de cruzeiro encomendados para os próximos cinco anos, tal representa mais de 40 mil milhões de euros de investimento direto na Europa”, refere a associação.
Nikos Mertzanidis, da CLIA, salienta que “a indústria de cruzeiros é uma fonte essencial de receita para as comunidades nas cidades portuárias e áreas circundantes”.
De acordo com o State of the Cruise Industry Report 2023, publicado pela CLIA, “os passageiros dos cruzeiros gastam em média 660 euros nas cidades portuárias ao longo de um cruzeiro típico de sete dias”.
O mesmo relatório indica que “6 em cada 10 viajantes de cruzeiro regressam aos destinos que visitaram num cruzeiro para estadias mais longas. Tal gera benefícios económicos directos, incluindo a criação de emprego, receitas para os portos, operadores turísticos locais, HORECA, fornecedores e aumento dos gastos turísticos”.