A Cruz Vermelha Portuguesa apoiou mais de um quarto da população de Braga ao longo do ano de 2021, tendo o benefício do seu auxílio ultrapassado as 52 mil pessoas, “ainda durante um ano atípico e largamente marcado pela pandemia de covid-19”, disse o presidente da Delegação local, Armando Osório, na visitas às obras de remodelação da sede, investimento de um milhão e meio de euros.
Armando Osório, que falava no final de uma visita aos trabalhos da reconstrução da sede, na Avenida 31 de Janeiro, no centro da cidade, onde foi cicerone da nova presidente da Direção Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa, Ana Jorge, enumerou que na Delegação de Braga, o ano passado, “além dos serviços prestados pelas equipas de emergência (que foram 70.330 mil), a par da sua resposta à pandemia (47 mil), a estrutura bracarense apoiou diretamente 490 pessoas sem abrigo e 768 famílias com géneros alimentares”.
O responsável bracarense pela Cruz Vermelha Portuguesa revelou terem sido servidas 22.235 refeições a 107 pessoas na sua Cantina Social, distribuídos 5.051 produtos de higiene, recicladas 15 toneladas e 820 quilos de roupa, recolhidas 10.104 e distribuídas 9.532 seringas, prestados 2.262 cuidados de saúde e feitos 43 rastreios de saúde e de cancro oral, ao mesmo tempo que foram distribuídas 5.818 peças de vestuário e de calçado, bem como 333 cobertores, promovendo 1.194 ações de educação para a saúde e colocando 197 pessoas com inserção profissional, entre as atividades principais e complementares de todas as suas ações.
Dirigindo-se aos jornalistas, Armando Osório, cuja experiência profissional se destacou enquanto dirigente dos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho, explicou que “esta conferência de imprensa tem dois objetivos que são sinalagmáticos, isto porque ninguém ajuda sem que alguém nos ajude e este trabalho humanitário da Delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa desenvolve-se estrategicamente sempre numa parceria, com a Presidência do Conselho de Ministros, o Ministério da Saúde e a Segurança Social”.
“É com tais entidades públicas que desenvolvemos acordos e protocolos que nos permitem assim apoiar diretamente para além do transporte de doentes, os estratos da população mais desprotegida, nomeadamente crianças e jovens, idosos, migrantes, minorias étnicas, pessoas em situação de sem abrigo e pessoas com comportamentos aditivos e dependências”, salientou Armando Osório, nume sessão com individualidades, como o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo, Rio, do diretor do Centro Distrital de Braga da Segurança Social, João Ferreira, o comandante distrital de Braga da PSP, superintendente Henriques de Almeida, bem como de empresários e elementos da sociedade civil que têm apoiado muito esta instituição.
“Sabemos que o desenvolvimento da atividade contratualizada com as parcerias acima referidas, não cobre a totalidade dos custos e que há beneficiários cuja situação não lhes permite comparticipar com qualquer quantia”, afirmou Armando Osório, cujo trabalho da Delegação de Braga foi enaltecido logo a seguir por Ana Jorge, que distinguiu com um galardão, a nível nacional, a ação desenvolvida pela estrutura bracarense.
“Para além de uma gestão profissional que procura minimizar os custos da atividade sem que tal prejudique a qualidade dos serviços que prestamos, tem sido para nós fundamental o apoio que temos recebido de pessoas e empresas do nosso concelho”, explicou Armando Osório, enquadrando porque foram assim esta terça-feira distinguidos as empresas Andrade e Pimenta, Bragalux, JC Group, TDP, DST, Fuste, IBG, José Peixoto Rodrigues, Navarra, Primavera e Tabique, para além da Câmara Municipal de Braga, homenageada na pessoa do seu presidente, Ricardo Rio, entre outras instituições, individualidades e cidadãos anónimos.
Armando Osório explicou que “o resultado do trabalho por nós desenvolvido em 2021, foi graças à equipa de gestão, profissionais e voluntários a quem devemos o excelente trabalho que têm desenvolvido a favor das pessoas que mais precisam”, felicitando-os a todos na pessoa do Adjunto Executivo da nossa delegação, David Rodrigues, mas sempre tendo presente que “nada daquilo que fazemos seria possível sem a ajuda das pessoas e do tecido empresarial que desenvolve a sua atividade nesta cidade e no concelho de Braga”.
“Algumas destas ajudas estão diretamente ligadas a esta obra, as instalações da sede, onde nos encontramos, estas instalações eram uma casa unifamiliar adquirida em 1979 e adaptada a sede da Delegação, era urgente remodelá-la, porque o edifício, infestado de térmitas, precisava de uma intervenção rápida e era necessário equacionar a reinstalação de algumas valências, de modo a conseguir dar-se melhores condições de trabalho e atendimento aos nossos utentes e até diminuir os custos de funcionamento, nomeadamente os energéticos e de comunicação”, acrescentou Armando Osório, destacando “a oferta do projeto sem custos por parte do senhor arquiteto António Coutinhas, constituindo o incentivo final para que tivéssemos avançado para esta reconstrução em curso, esperando que esteja concluída até ao fim do corrente ano, uma vez que esta obra é uma obra para a cidade, mas com a particularidade que vai ter como função, ajudar os mais desfavorecidos”.
“Foi por isso que procuramos logo o apoio da nossa sociedade, representada por um grupo constituído por pessoas com a maior probidade, liderado pelo professor Carlos Bernardo e do qual fazem parte o engenheiro António Murta, doutora Arminda Carmo Cunha, engenheiro Carlos Oliveira, engenheiro Jorge Batista, doutor José Luís Rocha, engenheiro José Teixeira, doutor Ricardo Gonçalves e doutor Rui Morais”, referiu, salientando que “este grupo tem desenvolvido um trabalho de dedicação inexcedível e que esta instituição, no mínimo, poderá fazer, será ligar os seus nomes a este empreendimento, o qual irá dignificar a cidade de Braga e permitir que esta Delegação de Braga potencie mais o trabalho social à população mais carenciada”.
Falando sobre o ponto de situação da reconstrução e ampliação da sede de Braga, Armando Osório revelou que “o financiamento está assegurado através de um empréstimo contraído ao BPI, através da linha IFRU (Investimento Financeiro de Reabilitação e Revitalização Urbanas) que irá quadruplicar o valor patrimonial deste edifício”, sendo que “os donativos em dinheiro e espécie recebidos e que esperamos ainda receber, vão certamente diminuir as prestações que teremos que pagar, mas que não queremos que venham a afetar a qualidade dos serviços que prestamos”, reconhecendo que “apesar da pandemia Covid 19 ter aparecido de uma forma brutal, que veio condicionar o normal desenvolvimento deste empreendimento, provocando falta de mão-de-obra, de materiais e uma crise generalizada na nossa sociedade, a resposta da sociedade bracarense ao pedido de apoio que temos feito, tem sido excelente, a Cruz Vermelha Portuguesa procurará responder empenhando-se cada vez mais em ajudar e também aqui através desta sua Delegação de Braga”.
“Teremos 20 anos para pagar este investimento, num edifício que irá perdurar por mais de 100 anos, mas nestes 20 anos, a sociedade bracarense, com a generosidade a que já nos habituou, continuará a contribuir para que as prestações bancárias diminuam, de modo a manter a quantidade e qualidade dos serviços que temos vindo a prestar”, concluiu o presidente da Direção da Delegação de Braga da CVP, Armando Osório.