Cristina Miranda, professora de Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) e técnica de geriatria de 54 anos, é a aposta do Chega para a Câmara de Viana do Castelo nas próximas eleições autárquicas.
Em declarações à agência Lusa, Cristina Miranda disse hoje que a conquista da autarquia seria “surpreendente” para um partido “com apenas dois anos e fortemente estigmatizado”, mas garantiu estar confinante na eleição de um vereador para o executivo e de deputados para a Assembleia Municipal de Viana do Castelo.
“Conseguir a presidência da Câmara até a nós próprios nos surpreenderia, mas acreditamos que conseguiremos bons resultados. Quiçá um vereador e também a eleição de deputados para a Assembleia Municipal”, referiu.
A presidente da distrital de Viana do Castelo do Chega destacou que as pessoas “têm medo de dar a cara” pelo partido pelos “estigmas” que lhe “lançaram em cima”, de que é um partido “extremista, nazi, xenófobo”.
“As pessoas têm medo de dar a cara. Isso poderá ser bom na hora de votar porque o voto é secreto e podemos ter bons resultados”, observou.
Cristina Miranda explicou que vai concorrer por ter decidido aceitar “o desafio” que lhe foi lançado por “ter dado nas vistas” com “ativismo” que tem protagonizado nas redes sociais e na vida pública.
Apontou como um dos exemplos a sua participação na polémica em torno da desconstrução do prédio Coutinho, que contestou através de um movimento – “Não nos Calamos” – que criou na rede social Facebook.
“O partido achou que eu podia ser uma mais-valia, apesar de não ter nenhuma experiência política. Foi um convite um pouco inesperado, mas que aceitei porque entendo que está na hora de Viana do Castelo mudar. Muitos anos de socialismo estagnaram a cidade”, acrescentou.
Para Cristina Miranda, “a cidade não serve os cidadãos, serve os lobbies e, esses sim, ganham muito dinheiro com o socialista”.
“Está na hora de devolver a cidade às pessoas e é isso que eu quero fazer”, atirou.
Para a candidata do Chega, Viana do Castelo transformou-se numa cidade sem vida, completamente morta, com uma economia local condenada”.
“Não tem nada a ver com a covid-19. A pandemia, evidentemente, veio piorar, mas já estávamos com vários problemas. Temos um hospital com equipamentos obsoletos e a Câmara nunca quis saber. O hospital precisa de uma associação de amigos para ser equipado”, destacou.
Além de Cristina Miranda, o Chega vai candidatar Manuel Moreira à Assembleia Municipal de Viana do Castelo.
Nas autárquicas de 2017, o PS conquistou 53,68% dos votos e garantiu seis mandatos. O PSD atingiu os 21,25% e dois mandatos e a CDU alcançou 8,11%, ficando com um lugar no executivo municipal.
O PS é poder em Viana do Castelo há 27 anos.
Nas próximas eleições autárquicas, o atual presidente, José Maria Costa, não pode concorrer por ter atingido o limite de mandatos autárquicos.
De acordo com a lei, as eleições autárquicas decorrem entre setembro e outubro, mas a data ainda não está marcada.