O Metro do Porto teve até às 11:00 de hoje um total de 17 mil validações, 78% das registadas a 13 de março, último dia de aulas presenciais devido à covid-19, revelou à Lusa fonte da empresa.
Hoje, no dia em que reabriram algumas das atividades económicas encerradas desde 18 de março devido ao decreto do estado de emergência, a empresa – que em 2019 ultrapassou os 71 milhões de clientes – teve um número de validações equivalente a 18% de um “dia útil médio” antes da pandemia.
A Metro do Porto refere ainda que foi possível manter “com segurança uma lotação inferior ao limite de dois/terços e todas as recomendações em termos de distanciamento social”, devido ao “aumento da oferta”.
De acordo com a empresa, “a ocupação máxima” foi de 82 clientes, “correspondendo a 41 clientes por veículo, bem abaixo do limite de 150 passageiros” por viatura”.
“A distancia entre passageiros situou-se entre um metro e meio e os dois metros em todas as linhas”, acrescentou.
A empresa observou ainda que “as validações de títulos mostram um comportamento muito próximo do registado a 17 de março”, último dia com validação obrigatória devido à suspensão temporária, que foi hoje retomada.
Tendo em conta a obrigatoriedade de circular com máscara nos transportes públicos e à possibilidade de aplicação de coimas em caso de incumprimento, a Metro do Porto constatou, através da fiscalização, que “a generalidade dos clientes utiliza” aquele equipamento de proteção individual.
Os “poucos clientes” sem máscara compraram-nas em máquinas instaladas nas estações, “após serem informados pelas equipas” da empresa, com “uma única exceção”, relacionada não apenas com a máscara mas com a ausência de bilhete, o que levou a chamar a PSP.
“Pelas 12:30 foi solicitada a presença da PSP perante a insistência de um cliente que queria aceder a um veículo sem a necessária máscara e sem titulo de viagem válido. Na presença da PSP, o cliente saiu da estação. Não houve aplicação de contraordenação por parte da PSP”, descreve a Metro do Porto.
Quanto a outros registos de “ausência de titulo de transporte válido”, foram “levantados cinco autos de contraordenação”, afirma.
Com base numa monitorização feita nas estações da Casa da Música e São Bento à ocupação dos veículos, a empresa diz que “a procura global parece ter subido em todas as linhas”.
Essa observação levou a apontar, para o período entre as 07:00 e as 08:00, “cerca de 30% de crescimento face à média das últimas semanas”, em que estiveram a funcionar apenas serviços básicos e todos estiveram sujeitos a um dever geral de confinamento.
Num balanço às “primeiras horas de operação do Metro do Porto (06:00 – 13:00)”, a empresa considera que “o primeiro dia de retoma de algumas atividades económicas pode considerar-se positivo”.
Isto, “pelo civismo e comportamento altamente responsável demonstrado pela esmagadora maioria dos clientes” e pelo facto de “a capacidade disponibilizada ter permitido manter com segurança uma lotação inferior ao limite de dois/terços e todas as recomendações em termos de distanciamento social”.
Relativamente às máquinas de venda nas estações, que agora disponibilizam também equipamentos de proteção e higiene, a Metro do Porto refere que, de acordo com a equipa de fiscalização, foi necessário o “recarregamento, por duas vezes”, num total de 180 máscaras sociais, de 160 máscaras descartáveis, de 92 luvas e 50 recipientes de gel desinfetante.
A Metro do Porto anunciou na quinta-feira a disponibilização de 81 veículos e 250 condutores/maquinistas, reguladores e técnicos de manutenção para acompanhar o previsível aumento de pessoas a circular nos transportes públicos devido ao plano para a reabertura gradual da atividade económica e social definido pelo Governo.
O número de passageiros no Metro do Porto desceu cerca de 80% devido à Covid-19, passando de uma média de 270 mil clientes diários em janeiro e fevereiro para pouco mais de 50 mil, revelou a empresa à Lusa a 18 de março, quando todas as máquinas de venda e validadores da rede foram desligados.
Portugal contabiliza 1.063 mortos associados à covid-19 em 25.524 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.