O primeiro-ministro abriu hoje a sua declaração ao país com um pedido de desculpas por ter escolhido para seu chefe de gabinete uma pessoa que tinha envelopes com dinheiro no local de trabalho.
António Costa diz ter sido surpreendido pelo “processo judicial com suspeitas muito graves que determinaram a demissão”.
“Sem me querer substituir à justiça, não posso deixar de partilhar com os meus concidadãos que a apreensão de envelopes com dinheiro no gabinete de uma pessoa que escolhi para comigo trabalhar, mais do que me magoar pela confiança traída, envergonha-me perante os portugueses e aos portugueses tenho o dever de pedir desculpa”, disse, falando de Vítor Escária.
“Mas peço aos portugueses que não confundam a responsabilidade individual de quem quer que seja, pois só à justiça cabe investigar e punir com exercício”, acrescentou.
Vítor Escária, que iniciou as funções de chefe de gabinete do primeiro-ministro em 2020, foi detido para interrogatório na terça-feira e nas buscas judiciais ao seu gabinete na residência oficial de São Bento foram apreendidos 75.800 euros em numerário.
Poucas horas depois, o primeiro-ministro exonerou Vítor Escária das funções de seu chefe de gabinete e nomeou para este lugar o major general Tiago Vasconcelos, até agora assessor militar de António Costa.
Confrontado com este caso, na quinta-feira, o primeiro-ministro afirmou que decidiu demitir o seu chefe de gabinete, Vítor Escária, logo que soube que os investigadores judiciais tinham encontrado dinheiro em numerário no seu local de trabalho, em São Bento.
“Não, não sabia disso. E mal soube fiz aquilo que obviamente se impunha, que era demiti-lo”, declarou António Costa aos jornalistas à entrada para a reunião Comissão Política do PS, em Lisboa.
Com Lusa.