Os líderes do PS e PSD travaram hoje um debate cerrado sobre o modelo económico nacional, com Rui Rio apreensivo com o desequilíbrio do saldo externo e António Costa a defender que há mais investimento e modernização.
Este segundo e último frente-a-frente promovido pelas rádios Antena 1, Renascença e TSF, na Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa, foi mais intenso e ainda com mais pontos de divergência do que o primeiro debate entre António Costa e Rui Rio, nas televisões, na semana passada.
Ao longo de cerca de 75 minutos de debate, o secretário-geral socialista e o presidente do PSD praticamente só concordaram com a ideia de que uma solução do “Bloco Central”, juntando os dois maiores partidos portugueses numa solução de Governo, é nefasta para a democracia, porque enfraquece as alternativas políticas.
Em relação ao modelo económico do país, o presidente do PSD falou sobre uma degradação contínua do saldo externo português, que era positivo em 2016, mas que passou a ser negativo no primeiro semestre deste ano.
Rui Rio disse mesmo que foi a degradação do saldo externo que motivou o pedido de assistência financeira, com a entrada da “Troika” em Portugal, em 2011, embora aqui tenha ressalvado que o país se encontra distante de um cenário desse tipo.
O secretário-geral do PS contrapôs que as empresas portuguesas estão a ganhar quota de mercado no plano externos, e que o grosso das importações são resultado de um esforço de investimento e de modernização da economia portuguesa e não de qualquer aumento drástico do consumo. Como exemplo, referiu que 77% do total de importações agora verificado se deveu à compra pela TAP de novos aviões.
António Costa adiantou mesmo que, para o debate desta noite, entre todos os líderes partidários com representação parlamentar, levará dados desagregados sobre o perfil importações no primeiro semestre do corrente ano, e citou dados do Banco de Portugal que indiciam para breve uma reposição do equilíbrio ao nível do saldo externo.