O secretário-geral do PS abordou hoje as especificidades do distrito de Braga para salientar o papel “fundamental” que o distrito tem no “tecido económico” do país.
António Costa falava em Vizela, num comício de apoio ao candidato do PS Victor Hugo Salgado, e reagia ao anúncio, feito pela agência Moody’s na sexta-feira, da subida da notação da dívida portuguesa de Baa3 para Baa2, com perspetiva estável, e apontando a expectativa de melhoria do crescimento da economia a longo prazo.
“No conjunto destes concelhos concentra-se grande parte da indústria mais moderna, mais inovadora, mais exportadora do nosso país, aquela indústria que tem feito o país crescer e que tem permitido ao país conseguir cada vez mais exportar mais para os outros mercados”, salientou.
O secretário-geral apelou assim a que se continue a votar “nos autarcas que têm como prioridade muito clara o desenvolvimento do seu território”, “o apoio às suas empresas” e à criação de emprego”, afirmando que, “em Vizela, esse perfil tem um nome: Victor Hugo Salgado”.
“Nós não vamos só derrotar este vírus, vamos também conseguir que a nossa economia, o nosso país, a nossa região, o concelho de Vizela, continue a progredir, a desenvolver-se, a criar cada vez mais riqueza, a ser cada vez mais próspero, a ter empresas melhores, com mais e melhor emprego, com mais rendimento”, concluiu.
Subida no rating da Moody’s
Costa defendeu que a subida de ‘rating’ da Moody’s é um “grande sinal” do “futuro sólido” da economia portuguesa e da capacidade de Portugal “voltar a crescer” e “pagar a dívida”.
“Ainda ontem [sexta-feira] a única agência de ‘rating’ que ainda não tinha subido o ‘rating’ da República veio também juntar-se às outras e aumentar o nosso ‘rating’ como um grande sinal da nossa capacidade de voltar a crescer, a pagar a nossa dívida, honrar os nossos compromissos e num futuro sólido para a economia portuguesa”, salientou António Costa.
O primeiro-ministro afirma que graças ao processo de vacinação, Portugal está “a poucas semanas, senão poucos dias” de considerar a pandemia da covid-19 “controlada”, António Costa salientou que este controlo permite “recuperar a confiança” no futuro.
“E essa confiança é fundamental, foi essa confiança que fez com que, no momento de maior incerteza que tivemos, – no primeiro trimestre deste ano – os empresários portugueses tenham batido todo o recorde de investimento privado nas suas empresas, acreditando no futuro do país, e de que era possível virar esta página e de novo retomar uma trajetória de progresso”, apontou.
O secretário-geral do PS relembrou assim que, na anterior crise, Portugal chegou a ter “18% de desempregados”, enquanto agora nunca passou dos 8% e já reduziu para 6,5%.
“E temos que continuar a trabalhar para reduzir, porque a nossa prioridade tem de continuar a ser emprego, emprego, emprego, um futuro de emprego para todas e todos os portugueses”, frisou.
Afirmando assim que é a confiança dos portugueses no futuro da economia que tem permitido que, “quer interna quer externamente”, se acredite na “capacidade de relançamento” da economia portuguesa,
“Histórico relativamente bom”
Na sexta-feira, a Moody’s sublinhou que vai ser um “desafio” para Portugal conseguir absorver de “forma eficaz” os fundos do ‘Next Generation EU’ e ainda os do novo quadro comunitário, mas lembra o “histórico relativamente bom” de Portugal na absorção de fundos, o que “dá confiança de que o Governo vai ser capaz de cumprir o seu plano de investimentos”.
Relativamente à evolução da dívida, a Moody’s frisou que Portugal entrou na crise causada pela pandemia com uma “situação orçamental saudável” e que o impacto orçamental das medidas de controlo e mitigação dos impactos sociais e económicos da covid-19 foram mais reduzidos do que noutros países do sul da Europa, como Espanha, Itália e Grécia.
Neste contexto, refere a nota, “em 2021 a Moody’s espera já que o rácio da dívida pública inicie uma tendência de descida” e que esta se mantenha nos anos seguinte.
A agência de ‘rating’ estima que o rácio da dívida atinja os 127% do PIB em 2021, abaixo dos 133,6% registados em 2020. Além disso, espera que em 2024 o aumento da dívida relacionado com as medidas que tiveram de ser tomadas por causa da pandemia tenha já sido “completamente eliminado”.
A classificação agora atribuída a Portugal (Baa2) é a mais elevada desde 2011 e a primeira desde que em 2018 a Moody’s retirou o país do ‘lixo’ ao atribuir-lhe uma classificação de Baa3.
Em março deste ano, a Moody’s optou por não se pronunciar sobre a dívida pública portuguesa, mantendo-a com a classificação de Baaa3, um nível acima do ‘lixo’, com perspetiva positiva.
O ‘rating’ é uma classificação atribuída pelas agências de notação financeira que avalia o risco de crédito (capacidade de pagar a dívida) de um emissor, que pode ser um país ou uma empresa.