Costa assinala “vontade efetiva” do PSD para acordo e rejeita mais adiamentos sobre o novo aeroporto

Política

O primeiro-ministro disse hoje existir “vontade efetiva” do líder do PSD para um acordo sobre o novo aeroporto da região de Lisboa, e defendeu que o país “não aguenta mais adiamentos” nesta matéria.

Falando no parlamento, o primeiro-ministro assinalou que insistiu “muito para que houvesse um entendimento com PSD para tomar uma decisão que divide o país há mais de 50 anos” e “felizmente houve um primeiro passo que foi possível com o atual líder do PSD, que foi haver um entendimento sobre a metodologia”.

“Se no final do estudo da avaliação ambiental estratégica vamos estar de acordo, não sei, mas já nos conseguimos entender do que é que é necessário fazer para termos a informação necessária para tomar uma decisão. E tenho sentido da parte do doutor Luís Montenegro a vontade efetiva que haja um acordo sobre esta matéria”, salientou.

António Costa defendeu que isso seria “muito saudável para o país, porque o país não aguenta mais adiamentos em termos de aeroporto”, sustentando que “o custo da não decisão é absolutamente brutal” e o que for decidido só será concretizado “daqui a bastantes anos”.

O tema foi levantado pelo Chega no arranque do debate sobre política geral com o primeiro-ministro, na Assembleia da República.

Apontando que o primeiro-ministro defendeu anteriormente que “não há plano B, é mesmo Lisboa/Montijo”, e agora “já há”, o líder do Chega quis saber “o que o levou a mudar de decisão”.

Sobre a nova linha de alta velocidade que vai ligar Lisboa e Porto em pouco mais de uma hora, André Ventura referiu que já em 1999 o então primeiro-ministro António Guterres dizia que ia avançar o TGV.

E quis saber se o país vai estar “à espera outra vez 23 anos por estes grandes anúncios feitos pelo governo socialista ou se agora é que vai ser à Guterres”.

Neste tema, o primeiro-ministro disse que, como “por várias vezes era para ser e não foi”, tomou “precauções para que desta vez seja mesmo”.

“E por isso, desde 2015 que insisto as grandes obras públicas têm de ser aprovadas e validadas na Assembleia da República por maioria de, pelo menos, dois terços, porque são obras que não são para o ciclo de uma governação, não são para o ciclo de uma maioria que é necessariamente efémera, são para dezenas de anos e seguramente para mais anos do que a nossa própria vida”, pelo que “é fundamental que haja um acordo essencial”, defendeu.

Na sua intervenção, o presidente do Chega defendeu também que “fica muito mal” um Governo em que “o ministro da Economia diz que vai baixar o IRC, o ministro das Finanças diz que não é tempo de baixar o IRC e depois os secretários de Estado do próprio ministro da Economia ainda trituram mais o ministro da Economia”.

“Mais vale dizer ao ministro da Economia que o tempo é de se ir embora” em vez de o ministro “ser descredibilizado a toda a hora, perante o país todos e com o seu aval”, salientou.

Na resposta, o primeiro-ministro identificou “o tipo de primeiro-ministro” que André Ventura seria: “Em 10 minutos já tinha aviado quatro ministros, a governar a esse ritmo, a remodelar, nós tínhamos de fazer ainda mais congressos do que aqueles que o Chega consegue fazer em seis meses.

E dirigiu-se a Ventura para dizer que “o senhor deputado ainda não conseguiu que o PSD lhe arranjasse votos suficientes para eleger um vice-presidente da Assembleia e já sonha com votos deles para ser primeiro-ministro”.

“E a experiência internacional mostra que quem normaliza partidos como o senhor acaba por ser governado por partidos como o senhor”, defendeu.

Para António Costa, a intervenção de André Ventura foi preenchida com “quatro casos, um anacronismo”, mas “política zero e portugueses então nem os ver”.

 
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