O secretário-geral do PS acusou hoje Rui Rio de andar “muito empolgado” a “decretar por antecipação resultados” e a escolher ministros, afirmando que este é o momento de aguardar “com toda a humildade” os resultados das eleições
“Vejo o meu adversário muito empolgado e a decretar por antecipação os resultados, a distribuir as pastas entre ele e os outros partidos, a escolher ministros. Cada coisa a seu tempo. Neste momento é o tempo de os portugueses falarem, de os portugueses escolherem, de os portugueses decidirem”, afirmou António Costa.
O líder socialista falava aos jornalistas durante a tradicional arruada no Chiado, que percorreu acompanhado pela mulher, Fernanda Tadeu, pelo diretor de campanha, Duarte Cordeiro, e fazendo também parte da comitiva candidatos a deputados como Ana Catarina Mendes, João Gomes Cravinho ou João Galamba.
O também primeiro-ministro apelou a que, neste momento, se aguarde pelo que “os portugueses têm a dizer com toda a humildade”.
“Eu, por mim, tenho a minha consciência muito tranquila e tenho toda a energia para começar a trabalhar logo na segunda-feira. Os portugueses decidirão se sim, se não”, disse.
Questionado se, a partir de segunda-feira, vai “começar a trabalhar logo numa solução” governativa, António Costa respondeu: “No domingo à noite vamos ver quais sãos os resultados. Em função dos resultados, o senhor Presidente da República designará a quem cabe a iniciativa de formação do Governo e, em função disso, iremos trabalhar”.
Interrogado novamente se Marcelo Rebelo de Sousa irá escolher o partido mais votado para formar Governo, Costa respondeu: “O senhor Presidente da República decidirá”.
O também primeiro-ministro sustentou que o objetivo do PS atualmente “é dizer aos portugueses com clareza” o que pretende, reiterando que não tem “nenhum programa escondido, não há nada na manga” e que as propostas socialistas são claras, elencando medidas como a melhoria dos rendimentos ou o reforço do Serviço Nacional de Saúde.
“Connosco sabem: nós temos não só um programa, como um orçamento. Somos a única solução governativa que, em circunstância alguma, fica dependente da tolerância, ou da complacência, ou do favor, ou dependente da extrema-direita. Connosco há uma linha vermelha muito clara entre nós e a extrema-direita e manter essa linha vermelha é muito importante para mantermos uma democracia saudável”, afirmou.
Numa campanha onde António Costa começou por pedir uma maioria absoluta aos portugueses, tendo depois desistido desse propósito, o líder socialista foi questionado pelos jornalistas sobre a mudança de direção, tendo respondido que “é a vontade dos portugueses”.
“E temos que a respeitar e devemos ter este diálogo com os portugueses e perceber também o que é que os portugueses entendem que é o futuro”, advogou.
O líder socialista reforçou que é importante que os “portugueses não tenham medo de votar e sintam que no domingo têm todas as condições de segurança para poderem votar em segurança”.
“A todos é reconhecido o direito a voto e todos têm o direito a votar em segurança, e eu acho que isso é o mais importante que acontece, e vamos ter a humildade de ouvir os portugueses, os portugueses saberão decidir como sempre souberam decidir em cada uma das eleições. Pela minha parte, eu saberei interpretar os resultados eleitorais e, em função disso, agir”, referiu.
Questionado sobre o que é que explica a diminuição da margem entre o PS e PSD nas sondagens, António Costa respondeu: “A margem final vamos ver no domingo, no domingo é que vamos ver”.