É já esta sexta-feira, dia 29 de novembro, que arrancam as Festas Nicolinas, em Guimarães, com o tradicional cortejo do Pinheiro.
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Este é, habitualmente, o mais participado número nicolino, sendo igualmente o mais difundido por todo o país. Inicialmente, decorrem as ceias nicolinas, com antigos estudantes a encontrarem-se para participarem no cortejo.
A “Ceia Nicolina” é tradicionalmente composta por caldo verde com tora, papas de sarrabulho, rojões de porco com batatas, tripas com grelos e castanhas assadas, sempre bem regadas com (muito) vinho verde da região (branco ou tinto), conforme explica a organização do evento, a cargo da Escola Secundária de Guimarães.
O cortejo arranca por volta das 23:15H das Cancelas da Veiga/Campo de S. Mamede; desce pela Rua Joaquim de Meira (passando junto ao antigo Hospital); desce pela Avenida General Humberto Delgado (Palheiros); viragem à esquerda a meio dos Palheiros, pela Rua Serpa Pinto em direção à Praça da Mumadona (via Jardim do Carmo); descida pela Avenida Alberto Sampaio (Muralhas); percurso pelo Largo da República do Brasil (Campo da Feira) e chegada à Praça D. Domingos da Silva Gonçalves (junto ao Monumento ao Nicolino).
As raízes deste cortejo, remontam aos inícios do século XIX e o seu modelo mantém-se na essência, inalterado: o “Pinheiro” segue enfeitado com lanternas e um festão com as cores escolásticas (verde e branco), pousado em carros puxados por juntas de bois, levando à sua frente uma representação da figura da deusa Minerva, deusa da sabedoria (que na realidade é desempenhada por um homem travestido com um traje de soldado romano).
O cortejo é liderado pela figura máxima deste dia, um membro da Comissão de Festas, o Chefe de Bombos. É ele quem conduz e lidera todo o cortejo do “Pinheiro”, e atrás de si e da sua “boneca” – que usa para marcar o ritmo dos bombos – seguem os estudantes, novos e velhos, rufando nas caixas o toque do Pinheiro e batendo forte nos bombos ao ritmo marcado pelo Chefe de Bombos.
Após o final do cortejo, numa tradição ainda recente mas que faz já parte integrante da “Noite do Pinheiro”, os estudantes deslocam-se até à Alameda Abel Salazar, em frente ao antigo e simbólico Liceu Nacional de Guimarães, para aí ficarem a rufar o toque do Pinheiro, até ao raiar do dia.
Nicolinas
As Festas Nicolinas são consideradas as Festas mais antigas de Guimarães e representam um testemunho intangível do património cultural vimaranense. Têm a sua origem na devoção religiosa dedicada a São Nicolau que era oriundo da Ásia Menor e terá vivido nos séc. III e IV. Julga-se que terá sido Bispo em Mira, Turquia. Este culto, desenvolvido entre o povo, foi mais tarde apropriado pelos estudantes que constituíram uma capela em honra de São Nicolau (entre 1661 e 1663) na Igreja Nossa Senhora da Oliveira, e aí sediaram a sua irmandade.
– 29 de novembro – Pinheiro;
– 29 de novembro a 7 de dezembro – Novenas;
– 1 de dezembro – Missa de S. Nicolau;
– 4 de dezembro – Posses/Magusto;
– 5 de dezembro – Pregão;
– 6 de dezembro – Maçazinhas e Danças de São Nicolau;
– 7 de dezembro – Baile da Saudade;