O corpo é o epicentro de duas exposições, assinadas por Hilda de Paulo e Tales Frey, que serão inauguradas no sábado no Centro para os Assuntos da Arte e Arquitetura, em Guimarães.
As exposições serão acompanhadas de atividades paralelas, entre as quais a exibição, em 06 de fevereiro, do filme “Maria Luiza, Marcelo Díaz, Brasil, 2019”, sobre a primeira militar reconhecida como transexual na história das Forças Armadas brasileiras.
Hilda de Paulo vive e trabalha entre Portugal e Brasil e é artista, travesti e curadora independente, cofundadora da companhia Excessos e da eRevista Performatus, e organizadora e diretora da Mostra Performatus.
Vai apresentar, em Guimarães, a exposição “Princesinha do Cerrado”, nome por que era conhecida nos anos de 1930 a sua cidade natal, Inhumas-GO, no Brasil.
Com curadoria de Suzana Queiroga, a exposição conjuga fotografia, colagem, montagem digital, desenho e pintura, “retomando um projeto não concluído de autoficção para abordar a sua transexualidade e o modo como as sociedades lidam com os corpos dissidentes”.
Por sua vez, Tales Frey é artista transdisciplinar representado pela Galeria Verve, de São Paulo, Brasil.
Vive e trabalha entre o Brasil e Portugal e realiza obras amparadas tanto pelas artes visuais como cénicas, situadas no cruzamento entre a performance, o vídeo, a fotografia, o objeto, o adorno e a instrução.
Em “Entre a Tensão e o Delírio”, exposição que vai apresentar em Guimarães, reflete sobre a forma como os corpos são moldados a partir de uma comunicação fundamentada em símbolos massivamente difundidos, desde a educação à publicidade.
Com curadoria de Estefânia Tumenas, a exposição compila um conjunto de trabalhos “que desenham um alfabeto subversivo”, em que “corpos híbridos se transformam em linguagens gráficas”.
No programa paralelo, e além do filme “Maria Luiza, Marcelo Díaz”, haverá ainda uma conversa sobre o tema “Corpo Reciclado”, com Tales Frey e Estefânia Tumenas, e exibição de vídeos “Através dos Afetos” (16 de janeiro).
Esta sessão de vídeos agrega trabalhos realizados por onze artistas do Brasil que exploram a linguagem do vídeo em comunhão com a performance, considerando as temáticas do corpo, das identidades e das subjetivações.