Votado ao esquecimento na encosta de Santa Luzia, o convento de São Francisco do Monte está coberto pela mata, vandalizado, à mercê do tempo e da inação das instituições. De construção medieval, o convento foi habitado por frades franciscanos capuchos. Hoje é um local mal referenciado pela população de Viana do Castelo.
30 minutos de caminhada, sob gravilha térrea e pedra espalmada para encontrar os muros do convento. Depois de algumas dificuldades no acesso, o assombro: restos de madeira ardida por fogueiras de outrora, garrafas de bebidas alcoólicas, muros e imagens vandalizadas, sepulturas profanadas, santos nem vê-los. Assim estão conservados, mais de 500 anos de História.
“Arquitetura religiosa, gótica, maneirista e barroca. Convento franciscano capucho de construção medieval, tendo sido remodelado nos séculos 16 e 18, com alterações significativas na sua estrutura”, explica o site da DGPC, sobre o monumento.
Desde 2001, o convento é propriedade do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, a instituição procura há anos soluções para a requalificação do convento. O cruzeiro que antecede o edifício abandonado está classificado como Imóvel de Interesse Público. A estrutura do edificado não está dotada de proteção patrimonial.
O convento foi o terceiro a ser fundado em Portugal pela Ordem Franciscana. Em 1834, com a extinção das Ordens Religiosas, o convento foi comprado em hasta pública pelo visconde de Carreira. No século XX, o convento entrou em estado de degradação e, em 1987, o último proprietário doou-o à Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, que o vendeu, em 2001, ao IPVC.
Este ano um grupo Internacional de académicos, IHSHG (International History Students and Historians Group), criticou veemente o estado de abandono do convento e expressou a sua indignação com as instituições da tutela.
Alguns arcos, alpendres e fachadas do edifício estão sustentados com ferros, por via a evitar o seu desmoronamento. A população da cidade, não olha com bons olhos o espaço abandonado, que nos últimos anos, é alvo de rumores de malfeitorias.
A Câmara Municipal de Viana do Castelo e o IPVC estão à procura de soluções, para reabilitar o edifício histórico.