A exclusão do projeto que engloba um investimento de 47 milhões de euros na área da construção industrial sustentável apresentado pelo Grupo Casais ao Plano de Recuperação e Resiliência não foi aprovado na segunda fase das Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial, levando a que a construtura de Braga denunciasse o ‘rival’ Grupo DST, também de Braga, com receios que este “açambarque” o investimento vindo da ‘bazuca’ para a área industrial sustentável. Apesar de ‘chumbado’ o projeto da Casais será mesmo para avançar, mesmo sem apoio dos fundos europeus.
A informação é avançada em exclusivo pelo jornal Eco, a quem o CEO da Casais, António Carlos Rodrigues, afirmou que a ‘nega’ dada pelos coordenadores do investimento irá prejudicar Portugal e os portugueses, mas que não será isso que irá impedir o projeto que já se encontra em curso. O consórcio engloba 23 empresas “de referência” e, afirma o administrador pode “gerar riqueza de forma continuada” que beneficiará todo o país.
Mas explanemos sobre o que se fala: o consórcio liderado pela Casais quer construir quatro novas fábricas até 2026, na área da construção sustentável, entre as quais uma unidade de pré-fabricação de materiais. Contudo, o projeto não recebeu uma avaliação positiva do comité. Na semana passada, a empresa bracarense contestou a decisão, enviando “esclarecimentos e clarificações” aos cinco elementos que compõe o comité de avaliação.
No documento que contesta a decisão, o grupo refere, citado pelo Eco, que “a Casais é a única empresa no mercado que tem esses exemplos práticos e concretos já implementados”. Caso a contestação não seja atendida, o projeto irá continuar a ser implementado, assegura António Rodrigues, com ou sem dinheiro europeu.
No mesmo documento de contestação, refere o Eco, é ainda remetida uma longa crítica a dois projetos do ‘rival’ grupo DST, também de Braga, que foram aprovados pelo PRR. A esses dois, soma ainda outros dois aprovados através da Efacec, cuja venda está a ser negociada entre o Estado e a DST. No total, podem vir a ser quatro os projetos ligados ao grupo de Domingos Teixeira que vão receber apoio europeu da ‘bazuca’. E os fundos não são poucos: 215 milhões no primeiro projeto DST e 239 no segundo. Já os da Efacec somam 342 milhões no primeiro e 307 milhões no segundo (mais de mil milhões de euros por entre os quatro projetos).
A terminar, a Casais alega que “os pontos de contacto [nos quatro projetos] são inúmeros”, denunciando “concentração dos apoios” direcionada aos rivais construtores de Braga, algo que a Casais considera “incompreensível” por se estar a colocar “‘todos os ovos no mesmo cesto”.
O CEO da Casais lembra que existem limites propostos pela Comissão Europeia que vão contra este apoio concentrado num só grupo, deixando a ameaça no ar de que a comissão poderá intervir caso considere ilegal esta forma de distribuir os apoios. Relembra ainda que se um dos projetos entrar em incumprimento, poderá contagiar os restantes pertencentes ao mesmo grupo, dando-se assim um colapso irremediável, manchando a imagem do país perante os parceiros europeus.
O grupo DST ainda não se pronunciou sobre o assunto.