Os 625 credores dos 36 milhões de euros que lhes são devidos pela Britalar-Sociedade de Construções, SA, de Braga, estão a analisar o novo PER- Plano Especial de Recuperação, o quarto em cinco anos, pedido pela construtora no Tribunal de Famalicão.
Mas, o empresário António Salvador nada tem já a ver com o caso, dado que vendeu a empresa em março a um grupo brasileiro.
No PER, a firma propõe-se pagar a dívida na totalidade, aos credores comuns, em regime prestacional, em mais de dez anos, até cento e cinquenta prestações mensais, iguais e sucessivas.
No que toca aos 15 ex-trabalhadores, o Plano promete “proceder ao pagamento do número de prestações remanescentes e assim, ainda por liquidar, no âmbito do anterior Plano Especial de Revitalização, fazendo-o em 94 prestações mensais, iguais e sucessivas.
Uma boa fatia da dívida é à banca comercial, com o Montepio Geral a liderar a lista (4,6 milhões), seguida do Novo Banco (4 milhões), e do BCP (2,8 milhões). A Autoridade Tributária tem a haver 1,29 milhões e a Segurança Social 1,26.
Ao que o MINHO soube, o Sindicato dos Trabalhadores da Construção a Norte do rio Douro enviou ao Tribunal um documento em que contesta o pedido do PER, argumentando, entre outras coisas, que, aparece no documento como credora de 5,8 milhões de euros uma empresa constituída em abril de 2020, muito depois da aprovação do último PER. O Sindicato pretende mesmo impugnar o Plano.
O organismo considera, também, “muito estranho” que a empresa brasileira adquirente da Britalar apresente no balanço, dois milhões de ativos e 20 de passivo, ou seja, argumenta, está “tecnicamente falida”.