O ministro das Finanças português, Fernando Medina, elogiou o trabalho desenvolvido pela construtura bracarense Grupo Casais em Muxima, Angola, no âmbito da construção da basílica dedicada à Nossa Senhora da Conceição da Vila da Muxima, popularmente conhecido como o Santuário da Muxima ou Mamã Muxima, e da vila ao redor onde estão a ser construídas 500 novas moradias para a população local.
O megaprojeto, orçado em 300 milhões de euros – 150 milhões do estado angolano e 150 milhões do estado português – faz parte de uma parceria entre os dois países, explicou Medina, com o objetivo de assegurar uma maior eficácia e velocidade na construção no país africano com participação de experientes empresas portuguesas. As obras a cargo de um consórcio de empresas, liderado pela Casais Angola, contam com o financiamento do BCP e o Banco Português de Fomento.
O santuário está localizado a 130 quilómetros de Luanda, na vila da Muxima, no município da Quiçama, cuja primeira pedra para a requalificação urbana da vila e a construção da basílica foi lançada em julho do ano passado. Na visita realizada esta semana, o governante acompanhado por comitivas do Estado angolano e pelos representantes da Casais Angola, mostrou através da rede social Twitter o progresso de construção das infraestruturas. Segundo o Jornal de Angola, cerca de 100 moradias já estão finalizadas.
Este projeto reveste-se de particular importância para o povo angolano, sobretudo pela dimensão religiosa do Santuário de Nossa Senhora da Muxima, e também pela dimensão social, com a urbanização e a construção de novas moradias para centenas de famílias. #Portugal #Angola pic.twitter.com/0V7CZUWdYu
— Fernando Medina (@F__Medina) April 4, 2023
“Fiquei particularmente impressionado com aquilo que vi, e queria dar os parabéns ao Governo angolano e à minha amiga ministra das Finanças que definiu esta prioridade, que avançou com os projetos, que concretiza com uma visão muito importante e positiva da reabilitação e regeneração da zona neste espaço, valorizando a dimensão social, prática da qualidade de vida, cultural e religiosa”, disse, durante uma visita às obras realizada esta semana.
De acordo com o ministro português, o projeto está a avançar bem, de forma consistente, manifestando satisfação “que Portugal tenha estado associado a este projeto”. O titular da pasta das Finanças de Portugal adiantou que existe uma linha de garantia do Estado português a Angola para a execução destes projetos.
Por sua vez, a ministra das Finanças de Angola, Vera Daves de Sousa, revelou que já existem muitas empresas portuguesas a atual em Angola, “em diversas áreas, especialmente na construção civil, mas há sempre espaço para fazer mais e acreditamos que essa visita dá um impulso importante para aquilo que queremos fazer daqui para frente”.
Sobre o projeto, que resulta num consórcio entre o Grupo Casais e a construtora angolana Omatapalo, não fica apenas à disposição dos peregrinos e de quem faz turismo religioso à basílica, mas tem o mérito também de requalificar a vila e colocar ao serviço dos munícipes infraestruturas e um quadro habitacional com melhor qualidade, escola, centro médico. “É um projeto que entendemos nós que vai acrescentar valor a este município e a esta vila”, frisou a ministra angolana.
A governante angolana destacou que o projeto está dividido em fases, com uma componente de requalificação da vila, nomeadamente de reparação das infraestruturas, com financiamento português de cerca de 150 milhões de euros. A outra parte do projeto, que integra a basílica e infraestruturas complementares, conta com financiamento de um banco angolano no valor de cerca de 86 mil milhões de kwanzas (159,4 milhões de euros).
“O somatório destas duas componentes é que vai dar o projeto total e estamos a trabalhar com os dois financiadores em simultâneo para assegurar que as obras corram também em simultâneo e terminem dentro dos 36 meses que estão previstos”, concluiu a ministra.
Com Lusa.