Declarações após o jogo Famalicão – Torreense (1-1), da 14.ª e última jornada da fase de apuramento de campeão da Liga Revelação de futebol (sub–23), disputado no Estádio Municipal de Famalicão:
– Rui Tomé (treinador do Famalicão): “Prefiro efetivamente falar sobre a época, porque este jogo é estranho. Para ser futebol, é preciso cumprir determinados critérios que não foram cumpridos. Dou os parabéns ao Torreense pelo campeonato que fizeram, pelo título que leva para casa.
Elogio os meus jogadores pelas três épocas que temos vindo a fazer. Conseguimos três pódios. Mais nenhuma equipa conseguiu fazê-lo. Fomos a equipa que, no acumular das últimas três fases de apuramento de campeão, fizemos mais pontos. Infelizmente, isso não dá ‘medalhas’, mas não nos tira o orgulho pelo trabalho desenvolvido.
Estou satisfeito pela forma como os jogadores se entregaram. Tivemos as nossas oportunidades. O adversário é competente. Foi criando situações em lances de ataque rápido e de bola parada. Fez um golo num momento crucial do jogo e agarrou-se à vantagem. Conseguimos reduzir, mas o jogador acabou de forma abrupta. Não deu para o ‘assalto’ final”.
– Luís Tralhão (treinador do Torreense): “É uma sensação excelente trabalhar num clube que nos deu condições para podermos chegar aqui. Isto não é fruto do acaso, não é só do meu trabalho, é de toda a gente. Do scouting, direção, staff técnico e, especialmente, dos jogadores, que são brilhantes. Fico muito feliz por ver muitos deles a chorar, porque alguns são da formação do Torreense e não é fácil ver uma equipa com a dimensão do Torreense ganhar um campeonato nacional. Fizemos história e sinto-me de coração cheio.
Fomos preparando esta semana ao longo da época. Nunca colocámos a fasquia demasiado alta, mas no jogo a jogo. Disse-lhes que, depois de perderem com o Benfica, que, se no início do campeonato da segunda fase nos desse a oportunidade de disputar um título na última jornada, ainda por cima com três pontos de avanço, assinávamos ‘de cruz’. Foi com esse espírito que abordámos o jogo. O Famalicão é uma excelente equipa. Acabámos por empatar num lance estranho. Houve alguma desconcentração na parte final. Podíamos ter ganho o jogo.
Houve muita competência das duas equipas. Sabíamos que ia ser um jogo difícil, o Famalicão tem um processo bem trabalhão há vários anos. Foram campeões nacionais sub-19 há dois anos e há três anos consecutivos no pódio da Liga Revelação. Chegarmos aqui num dia com muita gente a assistir ao jogo e sermos campeões, deixa-me sem palavras.
É excelente, por valorizarmos o trabalho que o Torreense tem feito. É um clube que tem crescido muito na formação, no futebol feminino, no futsal. Podermos ser nós a dar ainda mais visibilidade ao projeto deixa-me supersatisfeito”.
– André Simões (jogador do Torreense): “É muito especial conquistar este título num clube de menor dimensão, que quer dar passos sustentados no panorama do futebol nacional. Nós, jogadores que estamos na Liga Revelação, procuramos atingir patamares mais altos, num clube que se quer mostrar forte.
Ao contrário da semana passada, em que a responsabilidade estava inteiramente do nosso lado e o Benfica jogava sem pressão [derrota por 2-1], este jogo teve essa nuance de ambas as equipas o encararem como ‘uma final’. Acredito que, do lado do Famalicão, houvesse nervosismo e ansiedade. Conscientes do que tinha acontecido na semana passada, conseguimos retificar.
Muitos dos jogadores que já competiram aqui hoje têm minutos na equipa principal [na II Liga]. O processo tem sido feito dessa forma. Ficou patente, ao longo desta época, que temos jogadores com muita qualidade”.
