Confraria do Bom Jesus segura título de Património Mundial da UNESCO

Património
Foto: Ilustrativa / DR

A Confraria do Bom Jesus de Braga anunciou hoje que o santuário continuará a figurar na lista de Património Mundial, depois de o relatório com as respostas às sete recomendações feitas em 2020 pela UNESCO terem sido aprovadas pelo Comité de Património Mundial no passado dia 22 de julho, durante a 44.ª reunião daquela entidade, que decorreu na China.

Em comunicado, a confraria explica que o relatório de resposta às sete recomendações da UNESCO foi aprovado de forma unânime, depois de diversos investimentos realizados ao longo do último ano em assessorais especializadas e colaborações com entidades para delinear uma nova estratégia para o santuário em vários aspectos.

Entre as sete recomendações executadas está a instalação do Centro de Memórias do Bom Jesus, onde foi conseguido inventariar e organizar todo o espólio, disponível online, em português e inglês, e um plano de ação para defesa da mata do Bom Jesus contra incêndios, que era algo que preocupava bastante a confraria.

Para além desses dois pontos iniciais, era ainda necessária a publicação em Diário da República da listagem como Património Mundial, e consequente equiparação a Património Nacional.

Explica também a confraria, relativamente ao quarto ponto, que a pandemia “veio reduzir drasticamente as receitas”, pelo que assegurar financiamento para trabalhos de manutenção exigidos pela UNESCO foi “uma tarefa árdua”, que poderá ser aliviada com fundos comunitários.

Fica também assegurado um projeto onde será possível uma mais eficaz organização e gestão para o controle de visitantes, no exterior e no interior da cerca do santuário.

Salienta ainda a confraria que a Câmara de Braga ajudou a responder a estas recomendações através de um relatório detalhado de todos os procedimentos urbanísticos aprovados, ou em curso, para a denominada “zona tampão”, definida no âmbito do processo de classificação do Bom Jesus do Monte como Património Mundial.

“A existência de alguns projetos aprovados antes de 2017 foi uma surpresa, embora sabíamos e assumimos que dentro da zona tampão teríamos algumas áreas urbanas. Neste momento é necessário, com o apoio da Câmara Municipal e da Direção Regional de Cultura do Norte, controlar esta pressão urbanística, de forma concreta e eficiente, para que não se ponha em causa a proteção do bem”, explica a confraria, admitindo que este era um ponto que “preocupava”.

Outra das recomendações, e que até se tornou pública através de notícia, foi a demolição do edifício em betão de apoio à esplanada do Bom Jesus. “A demolição ocorrerá, provavelmente, durante o ano de 2021, e desta forma o ponto 6 ficou aprovado”, refere a confraria.

“O sétimo e último esclarecimento que a UNESCO solicitou foi respondido com um estudo completo e detalhado, nunca antes realizado, sobre a compreensão da vegetação existente no Bom Jesus. Este trabalho inédito irá permitir fazer um planeamento e gestão mais sustentável da paisagem”, explica a confraria.

 
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