Os conflitos que se vivem, desde esta semana, na Associação Portuguesa dos Pais e dos Amigos do Cidadão Deficientes Mentais (APPACDM), em Braga, colocam em causa mais de 300 deficientes mentais e cerca de centena e meia de funcionários, levando já a intervenções policiais, para acalmar os ânimos.
Segundo soube O MINHO junto de fontes policiais, esta semana, depois de a nova direção, cuja legitimidade é colocada em causa pelos dirigentes eleitos duas vezes depois do ato eleitoral que ditou a decisão judicial, proferida sete anos depois dos factos, António Melo apoderou-se das chaves da sede desta instituição à revelia daquele que se considera continuar a ser seu presidente, Alberto Sousa, levando este a mudar as fechaduras, pelo que a PSP ali voltou.
Aquela que é das principais instituições particulares de solidariedade social da região minhota volta assim a viver momentos conturbados, com dirigentes desavindos, em que há duas direções que se sentem legitimadas para dirigir.
Já no início desta semana, um professor da Faculdade de Filosofia de Braga, da Universidade Católica Portuguesa, António Melo, acompanhado por um agente de execução particular, mais dois agentes da PSP, terá tomado posse, com apenas mais um ex-dirigente, sete anos depois de ter sido demitido e de ver uma decisão alegadamente dar-lhe razão, segundo disse aos funcionários.
A situação insólita decorreu na sede social e administrativa da instituição, situada num palacete da Rua dos Ganjinhos, junto da Loja do Cidadão de Braga, provocando grande instabilidade, a ponto de já este sábado de manhã um grupo de pais de utentes, preocupados com a instabilidade levaram a cabo uma reunião, em Braga, para contestar este regresso súbito de António Melo, que dos cinco anteriores dirigentes, tem agora ao seu lado, Alfredo Machado.
O presidente eleito, Alberto Sousa, não aceita a decisão judicial, pelo menos enquanto não a conhecer oficialmente, temendo, segundo apurou O MINHO, que António Melo possa “perturbar” a recuperação financeira que se vivia já na instituição, porque aquando da presidência deste professor universitário a situação de consecutivos salários em atraso levou a greve e por isso um grupo de funcionários está “preocupadíssimo”, com este regresso de António Melo.
O MINHO soube que já na próxima semana, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal reunirá em Braga com os funcionários, após ter sido informado pelos quatro dirigentes sindicais, Ana Paula, Cármen Carvalho, Manuel Fernando e Paulo Vieira, sobre a situação.