O Caderno de Encargos que vai regular a venda, em hasta pública, da antiga fábrica Confiança, inviabiliza a sua transformação em centro comercial ou em hipermercado, disse esta terça-feira a O MINHO fonte camarária.
A mesma fonte adiantou que, por isso, “não fazem qualquer sentido os rumores e boatos postos a circular pelos partidos e outros setores de oposição à atual maioria PSD/CDS que governa a Câmara, segundo os quais o Presidente do Município, Ricardo Rio teria concluído um negócio com a empresa Mundicenter, a proprietária do centro comercial Braga Parque, e que visava a sua expansão precisamente para a Fábrica Confiança”.
“Não há acordo com nenhum empresário, da cidade ou de fora dela, o assunto é transparente, é uma hasta pública onde todos os interessados podem aparecer e oferecer, e tudo o resto são boatos melévolos”, frisou.
A possível venda à Mundicenter foi abordada, ainda que à “boca pequena”, por vários dos participantes no debate que a Junta de Freguesia de São Victor orgaizou na última sexta-feira e onde se ouviram várias vozes contra a venda da Confiança, algumas delas falando em “negócio pouco claro”.
No final do debate, foi lançado um abaixo-assinado – que agora está na internet – contra a venda em hasta pública pela Câmara de Braga da Confiança com o preço-base de licitação de quatro milhões de euros. A proposta, que vai ser votada esta quarta-feira em reunião de vereadores, estipula regras urbanísticas obrigatórias para quem o vier a comprar.
Na ocasião, o Partido Socialista anunciou votará contra a alienação, posição adiantada ao «O Minho» pelo vereador Miguel Corais. disse que essa posição foi tomada, ontem, num debate realizado na Junta de Freguesia de São Victor sobre a possível venda: “quer eu, quer os outros dois vereadores socialistas manifestámos essa posição”, frisou.
A decisão camarária não agradou à Junta de Freguesia de São Victor (PSD/CDS) cujo presidente, Ricardo Silva reafirmou que está contra a alienação e quer que o imóvel sirva fins públicos.
Já o advogado Luís Tarroso Gomes, um dos 70 bracarenses presentes no evento, adiantou a O MINHO que não comprende qual o motivo que leva a Câmara a vender, depois de em 2012, Ricardo Rio, então na oposição, ter dito publicamente que se tratava de um edifício único e da memória da indústria tradicional da cidade.
“Despachar a Confiança soa a negócio, como no tempo de Mesquita Machado”, acusa.