Carlos Costa Alves, um dos dois irmãos conhecidos pela alcunha de ‘Petas’, que ontem começaram a ser julgados no Tribunal de Braga, confessou ao coletivo de juízes que deu com um pau, supostamente de uma vassoura, num militar da GNR de Vila Verde, mas argumentou que o Guarda lhe tinha dado um pontapé.
Já o irmão, Manuel Costa, negou ter pegado numa faca para ameaçar os dois guardas que se encontravam junto ao apartamento em que os arguidos viviam – já que estão presos preventivamente à ordem de outros processos. E negou, ainda, tê-los injuriado e ameaçado.
O Tribunal ouviu, ainda, quatro militares da GNR, os dois que terão sido injuriados e ameaçados pelos irmãos, e outros dois que detiveram o Carlos, numa rua da vila, na posse de duas pedras de cocaína. Aquando desta detenção, o Manuel também injuriou e ameaçou os dois guardas, chamando-lhes filhos da p… e cornos!
MP pede justiça
Nas alegações finais, a procuradora do Ministério Público pediu que fosse feita justiça, lembrou que Carlos confessou, parcialmente, o crime de agressão e disse que os depoimentos dos GNR mostram que não houve qualquer intenção de perseguição aos arguidos, tese que estes tentaram fazer passar. A ‘sentença’ ficou marcada para outubro.
A acusação
Manuel da Costa Alves, de 51 anos e Carlos da Costa Alves, de 52, conhecidos localmente como ‘Irmãos Petas’, foram julgados por crimes de ofensa à integridade física qualificada e resistência e coação sob funcionário, injúria agravada e detenção de arma proibida. .
Os alegados ilícitos deram-se a 03 de abril de 2020. Uma patrulha da GNR, com os militares Francisco Gouveia e Manuel Ferreira (Guarda Principal), deslocou-se a um prédio da vila, chamada pelo proprietário que tinha ouvido barulhos na garagem, suspeitando que a tentavam assaltar.
Os guardas nada encontraram no local, mas, quando saíram, viram que Manuel Alves estava à janela do rés-do-chão de um prédio vizinho. Aí, o Guarda Principal questionou-o sobre o que se passava na garagem, pois tinha havido muitos furtos e “toda a gente” os indiciava como autores.
Nesse momento, o arguido Manuel Alves exaltou-se e gritou: “És um grande filho da p…! Um corno! Vou-te matar!”.
Pauladas no GNR
De seguida, o irmão Carlos saiu do prédio com um pau de um metro de comprimento na mão e deu duas pauladas no guarda Manuel Ferreira, no ombro e numa mão. O GNR reagiu dando-lhe uma bastonada para o deter, tendo Carlos Alves fugido a correr pela rua Maria do Céu Vilhena da Cunha. Acabou detido pelo militar.
Nessa altura, o Manuel saiu de casa com uma faca de cozinha com 35 centímetros de lâmina e, chegando junto aos dois agentes da autoridade, gritou: “Largai o meu irmão, filhos da p…! Mato-vos, seus cornos, corto-vos aos pedaços!”
Os guardas conseguiram, no entanto, imobilizá-lo e detê-lo.
Os arguidos estão presos preventivamente em Braga à ordem de outros processos, por crimes semelhantes.