Dois jovens foram condenados à média de oito anos de prisão pelo caso do roubo de uma família, dentro da sua própria residência, em plena madrugada, na freguesia de Antas, do concelho de Esposende, mas as suas advogadas de defesa vão recorrer de ambas as penas.
Por cada crime de roubo às vítimas, que foram um casal e dois filhos menores, as penas foram de quatro anos, mas redundaram no cúmulo jurídico de oito anos e nove meses para Cristiano Ferreira, enquanto Rui Lima apanhou oito anos e três meses, dado que este, ao contrário do primeiro, não tinha associado crime por tráfico de droga de menor gravidade.
Para Cristino Ferreira, a condenação também foi mais elevada, porque as três juízas que constituíram o Tribunal Coletivo consideraram que ele será o líder do grupo, com muita ascendência em relação aos outros arguidos, dois dos quais absolvidos por falta de provas.
Cristiano Ferreira, de 22 anos, residente no Bairro das Campinas, em Ramalde, no Porto, explicou as circunstâncias do assalto à mão armada, seguido de sequestro, na noite de 13 para 14 de junho de 2016, na moradia de um bancário do Millennium BCP, acompanhado da mulher, formadora, bem como dos dois filhos do casal, ela de 14 anos e ele de 12 anos.
Três dos arguidos entraram pelo jardim, enquanto o quarto ficou fora de casa, num automóvel, tendo o trio acedido à residência a partir do logradouro e entrando pela janela de uma casa de banho do rés-do-chão, após o que se introduziram no escritório, roubando um envelope com quase 300 euros, que constituíam poupanças da locatária, Dália.
Depois dirigiram-se ao primeiro andar, entraram no quarto do casal, onde dormia também o filho mais novo, de 12 anos, ordenando-lhes que “virem a cara, não nos olhem de frente” e como o pai da criança, José, não obedeceu logo, foi atingido com uma pancada na cabeça, tendo a filha mais velha, de 14 anos, sido retirada da cama do seu quarto no rés-do- chão e levada para junto dos pais e do irmão, todos já na cama, no primeiro andar.
Depois exigiram saber onde estava o cofre, mas como afinal não existia, acabaram ainda por roubar peças de ouro no valor global de 3.430 euros e telemóveis avaliados em cerca de 530 euros, após o que fecharam toda a família na casa de banho e fugiram de automóvel depois de terem estroncado os dois carros do casal que estavam parados junto da garagem.
Cristiano Etelvino Dias Ferreira foi detido pela Polícia Judiciária de Braga a 03 de março de 2017, tendo quase 20 gramas de cocaína na sua casa, nas Campinas, bairro camarário da cidade do Porto, onde também residem mais dois suspeitos apanhados na mesma data, Paulo Alexandre Moreira Soares (22 anos) e Rui Miguel Silva Costa Oliveira (21 anos), estes dois últimos a sair esta quinta-feira já em liberdade do Palácio da Justiça de Braga.
Mas Paulo Soares, pela posse de uma arma, foi condenado com a pena de multa 160 dias, à taxa diária de seis euros, perfazendo o total de 960 euros, segundo decidiram as juízas.
O quarto suspeito, Rui Miguel Ferreira Lima (“Campinhas” ou “Maquito”), de 20 anos, foi detido depois pela PJ de Braga, a 30 de agosto, numa casa em Modivas, Vila do Conde, continuando, tal como Cristiano Ferreira, em prisão preventiva, até decisão do seu recurso para a Relação de Guimarães e eventualmente para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ).