O Grupo de Intervenção e Operações Especiais (GIOE) – unidade de elite da GNR com equipas táticas oriundas de Lisboa – resolveu o incidente tático-policial depois da tragédia de Pedralva, em Braga, articulando com o Destacamento de Intervenção, vindo de Penafiel, mais forças do Comando Territorial da GNR de Braga.
Com a descoberta atempada do suspeito, que se suicidara em casa, a GNR deixou a população tranquila, num momento em que as pessoas se concentravam, receando que pela calada da noite Fernando “Guerras” voltasse a matar.
O GIOE da GNR tomou de assalto a residência do duplo homicida Fernando Lopes – vulgo “Guerras” – ao início da noite, cerca das 21:00, entrando na moradia com vários pisos, em simultâneo, com apoio de cães treinados para não ladrarem nestas situações de elevado risco e tensão.
A entrada fez-se por meios intrusivos, obviamente, mas “limpos”, isto é, sem deixar danos colaterais (é o termo), por isso na manhã desta terça-feira não parecia ter havido na moradia do homicida/suicida qualquer intervenção: estavam as portas e janelas fechadas normalmente, sem sinais de intrusão.
A operação foi desde o seu princípio dirigida pelo comandante distrital da GNR de Braga, coronel Seabra Ferreira, por se tratar de uma situação classificada como incidente tático-policial, dado o suspeito estar barricado, não havendo a certeza de estar morto.
A hipótese do suicídio foi logo aventada, mas tal como em casos análogos, poderia o tiro que se ouviu de dentro da sua moradia ter sido uma manobra de diversão. Ou estar apenas ferido, com possibilidade de reagir à entrada da GNR, pelo que todos os cenários foram equacionados.
Militares, fardados e à civil, de espingardas automáticas G3 e pistolas Glock, bateram os campos envolventes, porque poderia estar naquela casa outra pessoa e Fernando “Guerras” ter fugido para a Serra dos Picos, local com esconderijos que conhece e desde criança.
Podia também ter levado consigo a arma dos crimes e todos os cuidados eram poucos, desde logo para a segurança das populações locais, que estavam apavoradas com a possibilidade daquele também caçador matar mais alguém.
É que na refrega, um dos estilhaços dos seus disparos atingiu a bota de trabalho de um dos operários da empresa municipal bracarense AGERE que procuravam socorrer a mulher, além de que o algoz antes da fuga prometeu que iria fazer mais mortes.
O trabalho dos operacionais da GNR passou algo despercebido, dado o seu modo de atuar e os procedimentos adotados, bem como os próprios locais de acesso que escolheram, longe do olhar dos jornalistas.