O 2.º comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde, e atual comandante em exercício, viu o seu vínculo renovado por mais cinco anos, fruto de uma decisão de uma comissão arbitral após recurso interposto pelo mesmo face a uma intimação de não renovação deliberada pelo presidente da direção em setembro.
Ao que sabe O MINHO, o presidente da direção dos Bombeiros de Vila Verde, Paulo Renato Rocha, quer cortar o vínculo com Luís Morais, e para isso argumentou que a mudança traria ao corpo ativo outro tipo de dinâmica e de formação, mas a intenção esbarrou agora na comissão que decide se o 2.º comandante se mantém no cargo, e esta votou por unanimidade que sim.
A comissão arbitral deliberou que a carta enviada pela direção ao atual 2.º comandante Luis Morais, onde lhe comunicava a intenção de não renovação da sua comissão, está ferida de irregularidades e não foi aprovada em seio da mesma comissão, pelo que é anulada.
Foi ainda decidido, em unanimidade, a renovação da comissão de Luís Morais, como 2.º comandante, por um prazo de cinco anos a contar a partir de 02 de dezembro de 2022.
O MINHO sabe que a direção pretende nomear comandante o bombeiro Luís Sousa, antigo homem de confiança de Luís Morais nos tempos em que a direção era liderada por outro presidente, Carlos Braga. A atual direção argumentou que Luís Sousa, após ser nomeado comandante, seguiria a lógica de eleger uma estrutura de comando da sua confiança, pelo que seria esse o motivo da não renovação com Luís Morais, algo que a comissão arbitral não colheu.
Luís Morais, recorde-se, foi aprovado pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil como 2.º comandante dos Bombeiros de Vila Verde em dezembro de 2017, depois de a direção e uma comissão arbitral terem decidido, em janeiro do mesmo ano, não reconduzir no cargo Alberto Lomba, antigo comandante que saiu a apontar o dedo ao gabinete do presidente da Câmara, António Vilela, de onde saiu o futuro presidente dos bombeiros.
Em janeiro de 2019, Paulo Renato, que era chefe de Gabinete da Câmara, venceu as eleições para os bombeiros com o apoio do anterior presidente Carlos Braga, que passado pouco tempo lhe retirou a confiança, iniciando novos conflitos no seio da corporação, desta vez a opor comando e direção.
Na fundamentação do agora decidido pela comissão composta pelo presidente da Assembleia Geral dos Bombeiros de Vila Verde, José Mota Alves, por uma representante da Proteção Civil, Olga Morais, e por um representante da Liga dos Bombeiros, o comandante dos Sapadores de Viana, António Cruz, ficou estabelecida a nulidade da intimação, algo que poderá ser passível de contrargumentação por parte do presidente da direção dos bombeiros.