O comboio voltou a Monção, mas desta vez é só uma pintura. A obra de arte, a cargo do artista Vile, evoca a memória ferroviária da vila que deixou de ver passar comboios em 31 de dezembro de 1989.
Situada no centro de Monção, a pintura foi concluída na segunda-feira e retrata uma das últimas composições que terá percorrido os carris do ramal de Monção, que integrou a Linha do Minho, fazendo a ligação até à cidade de Valença.
A ferrovia chegou àquela vila do Alto Minho em 15 de junho de 1915, seguindo em atividade até ao final da década de 80. A antiga estação foi convertida na sede da Banda Musical de Monção.
Já o canal ferroviário foi transformado numa ecopista, sendo que o primeiro troço, unindo o Apeadeiro de Cortes, em Monção, à ponte seca, em Valença, foi inaugurado no dia 14 de novembro de 2004, num percurso de 17 quilómetros sempre ‘colado’ ao Rio Minho.
Em declarações à Rádio Vale do Minho, o autora da obra, Vile, refere que tem sido muito “elogiada”. “As pessoas passam e gostam visto que é um tema que lhes traz boas recordações”, disse.
Tentou criar o “maior efeito realista possível”. “Fiz uma pesquisa e está aqui retratado um dos últimos modelos que fez paragem aqui na estação de Monção. Não ficou totalmente à escala, mas não deve faltar muito”, concluiu, citado pela mesma rádio.