Uma cobra-de-água viperina (Natrix maura), aparentemente com cerca de 35 centímetros de comprimento, foi esta tarde recolhida pela PSP de um arruamento no centro da cidade de Guimarães, depois de ter sido recolhida por populares.
Ao que apurou O MINHO junto de Alfredo Ribeiro de Magalhães, que ia a passar na Rua D. João I, o réptil saltou do passeio para a estrada, entre os números de porta 76 e 78, levando-o a alertar as autoridades.
“Como sou contra a maltratar os animais, liguei para a Policia Municipal, que me informou que o assunto não era com eles e passou de imediato para a PSP”, explicou a O MINHO o vimaranense, que colocou o animal dentro de uma caixa, cedida por um morador daquela rua, enquanto aguardou pela chegada da polícia.
Para o local foi mobilizada uma patrulha da PSP, que a recolheu e irá proceder à sua libertação num local de natureza, próximo de onde foi encontrada.
Contactado por O MINHO, Pedro Alves, biólogo da Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural e também fotógrafo de vida selvagem, explicou-nos que “é perfeitamente normal ver esta espécie no contexto urbano”, caso existam “massas de água com peixes ou anfíbios, pois essa é a base da sua dieta”. Contudo, explica, pode também alimentar-se de invertebrados, micromamiferos, entre outros.
“É completamente inofensiva e muito raramente ataca, pois a sua defesa principal consiste em imitar uma víbora, achatando a cabeça (tornando-a mais triangular) e assumindo uma posição defensiva semelhante. O próprio padrão do dorso imita o das víboras. Este fenómeno é conhecido como mimetismo na biologia”, revela o biólogo.
Em jeito de consideração, Pedro Alves afirma ser “um privilégio podermos ainda conviver com esta espécie tão perto das nossas casas, pois é essencial para os ecossistemas, mas infelizmente é muitas vezes perseguida e morta, por medo”.
“Quando vir uma cobra-de-água-viperina (ou outra espécie de cobra), perca uns minutos a apreciá-la, verá que todos os receios são infundados”, concluiu.
Notícia atualizada às 19h35 com correção do tamanho da cobra.