Podia ser verdade mas não é. O Restaurante Turismo lançou ontem um vídeo nas redes sociais como forma de alerta para o impacto das novas medidas decretadas junto com o Estado de Emergência no setor da restauração.
No clipe pode ver-se três clientes a jantar dentro das instalações do conhecido restaurante da cidade, um deles o conhecido humorista Alexandre Santos, quando chega o proprietário, Jorge Falcão, com um relógio a indicar que são 22:29.
“Desculpem, mas pelas novas medidas decretadas, está aqui a conta, e gostava que saíssem, pois já sabem as novas regras”.
Os clientes respondem que já vieram “preparados”, pagam e levam os pratos para uma carrinha estacionada no exterior.
No vídeo, pode ver-se a mesa montada na parte traseira da carrinha com os três elementos a continuar o jantar.
Aparece novamente Jorge Falcão a perguntar se precisam de mais alguma coisa, ao que eles respondem que falta o café.
O proprietário refere que tem de desligar a máquina porque depois a EDP comunica às autoridades [algo que não é factual].
O vídeo termina com o dono do restaurante a pedir “quilo e meio de café em pó” para que os clientes possam preparar o próprio café dentro da carrinha. Água, os clientes têm.
É um vídeo ficcionado, mas Jorge Falcão, já fora de brincadeiras, e num texto que acompanha o vídeo nas redes sociais, questiona que diferença faz ter um cliente para lá das 22:30 se o mesmo chegou depois das 21:00 para jantar.
“Não nos fecharam os restaurantes é certo, mas colocaram-nos uma limitação no horário (22:30 sem ninguém dentro de portas). Custa assim tanto perceber que quem chega a um restaurante por volta das 21:00. Sim, pois quem trabalha, quem tem filhos, quem tem horários, quem tem obrigações a cumprir, não tem oportunidade de chegar mais cedo ao restaurante, e não se consegue fazer um serviço decente para quem nos visita”, refere Jorge Falcão.
“Que diferença faz a quem já está dentro do restaurante desde as 21h, sair às 23h ou 23:30 e terminar uma refeição com calma nesta azáfama de novo conceito de vida normal que estamos a viver?”, questiona.
“Isto é a mesma coisa que eu dar o meu cartão multibanco ao meu filho para ele comprar brinquedos , mas não lhe dar o código para usufrui do cartão”, exemplifica.
“Os tempos são difíceis para todos, cada qual à sua escala. Eu falei da minha área de tasqueiro, mas sei que muitas e muitas mais áreas que estão com restrições podiam ser revistas, se quem tomasse as devidas decisões estivesse no terreno a ver como as coisas funcionam e não numa secretaria só a imaginar como possivelmente as coisas podem funcionar”, aponta.
O proprietário do Turismo admite que “não é fácil estar na posição de quem manda neste momento, pois todos nós damos palpites, mas ouçam pelo menos um representante de cada área”.
No final, deixa o apelo para que os clientes “venham mais cedo jantar”.
“Se não podes mudar, aceita que fica mais fácil”, termina.