A Citânia de Santa Luzia, em Viana do Castelo, vai ser alvo, entre março a outubro de 2019, de uma empreitada de conservação orçada em cerca de 100 mil euros, informou hoje o presidente da Câmara.
José Maria Costa, que falava aos jornalistas no final da reunião ordinária do executivo municipal, explicou que aquela intervenção vai ser realizada ao abrigo de um protocolo que o município estabelecerá com Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), e que foi hoje aprovado por unanimidade.
A Citânia de Santa Luzia, classificada como Monumento Nacional em 1926, está situada no monte com o mesmo nome, sobranceiro à cidade de Viana do Castelo. A estrutura encontra-se aberta ao público desde 1994, integrando-se num conjunto de estações arqueológicas existentes no Norte de Portugal.
O autarca socialista explicou que aquela “parceria permitirá fazer a consolidação das ruínas e um levantamento cartográfico mais apurado”.
Explicou que o projeto inclui ainda a publicação de uma edição com mais informação sobre aquele “elemento de referência” da capital do Alto Minho.
“Para que os vianenses e os estudantes possam conhecer melhor tudo o que esteve subjacente à construção da Citânia, à sua própria evolução após a chegada dos romanos a este espaço territorial”, especificou.
Além das ruínas, a Citânia dispõe ainda de um edifício de entrada, desenhado pela arquiteta Paula Santos, para apoio dos visitantes.
As ruínas, designadas pelo nome de “Cidade Velha de Santa Luzia”, são conhecidas desde o século XVII e as primeiras escavações datam de 1876, tendo sido da iniciativa de Possidónio da Silva, presidente da Real Associação dos Arquitetos e Arqueólogos Portugueses.
Em 1902 foi efetuada nova intervenção arqueológica, sob direção de Albano Belino, tendo sido escavada a maior parte da área hoje visível, que constitui cerca de um terço da área total do povoado, já que uma parte foi destruída pela construção do hotel de Santa Luzia e pelas estradas de acesso.
De acordo com informação disponível na página da Câmara na internet, a Citânia de Santa Luzia, “é um dos castros mais conhecidos do Norte de Portugal e um dos mais importantes para o estudo da Proto-História e da Romanização do Alto Minho”.
“A sua localização estratégica permitia-lhe não só dominar vastas áreas da zona litoral ribeirinha, como também controlar o movimento das entradas e saídas na Foz do Lima que, na Antiguidade, seria navegável em grande parte do seu curso”, refere o município.
Segundo a autarquia, o “povoado apresenta características muito próprias, principalmente ao nível das estruturas arquitetónicas, com destaque para o aparelho poligonal, utilizado em algumas casas, que apresentavam uma planta circular com um vestíbulo ou átrio e que, em alguns casos, albergavam fornos de cozer pão”.